Starlink, de Musk, aciona STF pedindo suspensão de decisão de Moraes bloqueando contas
Ministro mandou bloquear contas da empresa no Brasil por falta de representante do X
A empresa Starlink, do bilionário Elon Musk, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira pedindo a suspensão da decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou o bloqueio de contas no Brasil da empresa de satélites.
O pedido é dirigido ao presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, mas um relator deverá ser sorteado. Moraes, por ser o autor da decisão questionada, fica impedido de decidir.
Musk está no meio de um embate com Moraes, que deu um prazo, já expirado, para o X informar quem é seu representante legal no país — sob pena de suspender a plataforma, que também é de Musk.
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O argumento apresentado pelo magistrado na decisão questionada é o de que a medida era necessária para garantir o pagamento de multas aplicadas à rede social X, também de propriedade de Musk.
No mandado de segurança, a Starlink diz que a decisão de Moraes é "cercada de ineditismo" e afirma que o bloqueio viola preceitos constitucionais, além de dizer que não é uma relação entre a empresa de satélites e a rede social X.
A peça classifica a decisão de Moraes de suspender as contas da Starlink como ilegal e teratológica, além de falar em "abuso de poder".
A equipe jurídica responsável pela defesa da Starlink argumenta que "inexiste dispositivo legal que autorize o bloqueio de propriedade privada de quem não é parte nos autos, sem que antes lhe seja assegurado o devido processo legal, e, por sua vez, todas as garantias necessárias à sua defesa".
Os advogados afirmam que as duas empresas, X e Starlink, embora tenham um mesmo acionista final, que é Elon Musk, não têm relação direta e, por isso, uma não pode ser responsabilizada pela outra.
Na ação, a Starlink diz que não deixou de cumprir nenhuma ordem judicial a elas dirigida, "uma vez que sequer fazem parte da ação e, ainda assim, foram submetidas a infundado e desproporcional agravo ao seu patrimônio jurídico".
"Para além do bloqueio de valores, sem a observância do devido processo legal, violar direito líquido e certo, tem-se que também que o ato constritivo se revela descabido e desproporcional, colocando em risco toda a operação da STARLINK SERVIÇOS, em prejuízo de centenas de milhares de pessoas que dependem de seus serviços", afirmam.
Os advogados também argumentam que o bloqueio feito às contas da Starlink foi feito por meio de um procedimento sigiloso, "e sem que lhes fossem concedida ciência prévia e assegurado o direito amplo à defesa".