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8 de janeiro

STF aceita denúncia contra Fátima de Tubarão e mais 69 acusados por atos golpistas no 8 de janeiro

Relator Alexandre de Moraes defendeu colocar grupo no banco dos réus e foi seguido por oito ministros. Nunes Marques e André Mendonça divergiram

Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, de 67 anos, bolsonarista radical, foi presa pela PFMaria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, de 67 anos, bolsonarista radical, foi presa pela PF - Foto: Reprodução

O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu nesta sexta-feira (18) a sessão virtual para análise de mais uma denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra acusados de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. Por maioria, a Corte decidiu tornar rés mais 70 pessoas, que responderão a acusações por crimes como associação criminosa, golpe de estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

 

 

 

O voto do relator, Alexandre de Moraes, foi acompanhado pelos ministros Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Cristiano Zanin. Divergiram do relator os ministros Nunes Marques e André Mendonça, os dois integrantes da Corte indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

O recebimento das denúncias foi analisado em bloco, mas a conduta individualizada de cada acusado foi considerada. Dentre as pessoas que se tornaram rés agora está Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, conhecida como Fátima de Tubarão e que viralizou ao aparecer em vídeo declarando "guerra" ao "Xandão", alcunha para se referir ao ministro Alexandre de Moraes. Em seu voto, o ministro considerou que a mulher de 67 anos "integrava o núcleo responsável pela execução dos atentados materiais contra as sedes dos Três Poderes".

"A previsão constitucional do Estado Democrático de Direito consagra a obrigatoriedade de o País ser regido por normas democráticas, com observância da Separação de Poderes, bem como vincula a todos, especialmente as autoridades públicas, ao absoluto respeito aos direitos e garantias fundamentais, com a finalidade de afastamento de qualquer tendência ao autoritarismo e concentração de poder", escreveu o ministro.

Os ministros Nunes Marques e André Mendonça consideraram que o STF não é a Corte competente para julgar as denúncias e defenderam a remessa do caso para a Justiça Federal no Distrito Federal.

Ao todo, a PGR denunciou 1.156 pessoas que estavam acampadas em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, e que participaram da invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro. Em alegações finais apresentadas para outras 40 denúncias, com as mesmas acusações existentes nas recém-recebidas pelo Supremo, a Procuradoria defendeu condenações "exemplares" com penas de até 30 anos de prisão.

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