STF contempla aliados de Moraes e elege nomes que vão disputar duas vagas no TSE
Lista com quatro representantes será agora submetida ao presidente Lula
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram nesta quarta-feira, por unanimidade, nos quatro nomes que disputarão as duas vagas da advocacia no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A lista de candidatos será agora encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que escolherá os dois novos ministros da Corte Eleitoral.
Veja os nomes abaixo:
Floriano de Azevedo Marques Neto, professor de direito da Universidade de São Paulo (USP) e amigo do presidente do TSE, Alexandre de Moraes;
André Ramos Tavares, professor da USP, atual membro substituto do TSE, também próximo de Moraes;
Daniela Borges, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA);
Edilene Lobo, de Minas Gerais.
Os dois escolhidos pelo presidente da República tomarão posse no TSE para um mandato de dois anos. Eles vão suceder os ministros Sérgio Banhos e Carlos Horbach, que deixaram o tribunal neste mês. O TSE é composto por sete integrantes.
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Como antecipou a colunista Malu Gaspar, do GLOBO, os nomes já eram esperados, pois vinham sendo discutidos entre os ministros do STF. Azevedo Marques e Tavares eram os dois preferidos de Moraes, que com eles pode ampliar sua influência sobre o TSE. Já a presença de mulheres na lista atendeu às ministras Rosa Weber, presidente do Supremo, e Cármen Lúcia.
Tradicionalmente, o membro substituto mais antigo do TSE costuma ser sugerido para ser efetivado no tribunal. No caso, seria a vez da ministra substituta Maria Claudia Bucchianeri. No entanto, havia resistências por causa de decisões tomadas por ela no período eleitoral que desagradaram tanto Lula quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Não há prazo para que Lula escolha os novos ministros. A expectativa é que não haja demora, pois o TSE está na iminência de julgar uma das 16 ações que pedem a inelegibilidade de Bolsonaro. O processo mais avançado, que trata da reunião com embaixadores na qual foram feitos ataques ao sistema eleitoral, já teve a sua fase de instrução encerrada. O relator, ministro Benedito Gonçalves, está elaborando seu voto para, em seguida, definir a data do julgamento no plenário.