Justiça

STF e TSE "tiveram que inovar para preservar democracia e a Constituição", diz Moraes

Ministro afirma que resposta veio após "um ataque maciço de notícias fraudulentas"

Alexandre de MoraesAlexandre de Moraes - Foto: reprodução/YouTube

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes afirmou, nesta terça-feira (15), que os ataques às eleições promovidos por notícias falsas fizeram com que a Corte eleitoral e o Supremo Tribunal Federal (STF) tivessem que "inovar" para preservar a democracia no Brasil.

O ministro falou sobre o assunto durante o encerramento do seminário "Integridade da Informação e Confiança nas Eleições", promovido pelo TSE e pela International Foundation for Electoral Systems (Ifes).

— Nas últimas eleições nós tivemos um ataque maciço de notícias fraudulentas, notícias travestidas de liberdade de expressão e isso fez com que o TSE, o MP Eleitoral e o STF tivessem que inovar no sentido de preservar a nossa Constituição, a nossa democracia, a lisura das eleições mediante uma agressão inédita que não é uma peculiaridade brasileira, mas uma agressão inédita pelas mídias sociais, pelas redes sociais, à própria democracia — afirmou Moraes.

O presidente do TSE citou o exemplo de países onde, assim como no Brasil, sucessivos ataques à legitimidade do sistema eleitoral foram perpetrados a partir de notícias falsas e do descrédito à imprensa, como a Polônia e a Hungria.

— Essa agressão, que se iniciou há décadas atrás, é um projeto de conquista de poder de extremistas de direita, que passaram a vislumbrar como mecanismo de corrosão da democracia a utilização das redes sociais para a difusão de notícias fraudulentas para atacar os pilares da democracia — disse.

Ainda segundo Moraes, a partir do uso desses mecanismos de descrédito da imprensa, as pessoas deixassem de acreditar em notícias sérias, "para acreditar e robôs". E criticou o papel desempenhado por extremistas que se vestem com "o falso manto de democratas".

— Com o falso manto de democratas, esses extremistas passaram a atacar o voto, as eleições, e pouco importava se a eleição é por voto escrito, por urna eletrônica, ou por correspondência. O que importava era descreditar o método utilizado para concretizar a democracia, porque a partir desse massivo ataque para descreditar os métodos, você tenta atacar a democracia e desacreditar os resultados das eleições — pontuou.

Ainda de acordo com o ministro, em alguns dos países onde há esses ataques às instituições e à democracia, o Judiciário passou a ser um dos principais alvos.

— Nos vários países do mundo três estratégias são usadas nesses ataques ao Judiciário: a cooptação do judiciário, a alteração do Judiciário, aumentar, diminuir, aposentar uns e nomear outros, e se não conseguem êxito nesse objetivo, o confronto direto, tentando jogar parcela da população contra o Judiciário, como ocorreu no Brasil — explicou.

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