Política

STF forma maioria a favor de medidas impostas a Daniel Silveira por Moraes

Seis ministros já votaram para confirmar abertura de inquérito por desobediência e determinação para que fosse colocada tornozeleira eletrônica

Daniel Silveira, deputado federalDaniel Silveira, deputado federal - Foto: Cleia Viana/ Câmara dos Deputados

Seis ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram para confirmar as medidas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes ao deputado federal Daniel Silveira (União-RJ), que se recusou a cumprir a ordem do ministro para colocar tornozeleira eletrônica.

Na última sexta-feira, o ministro do determinou que o deputado bolsonarista voltasse a usar o equipamento, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Após a recusa do deputado, Moraes impôs que o presidente da Câmara determinasse uma data e hora para a instalação da tornozeleira, além de aplicar uma multa de R$ 15 mil por cada dia de descumprimento, o bloqueio das contas bancáriias de Silveira e a instauração de um inquérito para apurar a desobediência.
 

O deputado recolocou a tornozeleira eletrônica, na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, na tarde desta quinta-feira.

O deputado decidiu acolher a ordem depois que Moraes endureceu as condições e determinou multa diária de R$ 15 mil e bloqueio de suas contas bancárias. Silveira havia passado os dois dias anteriores dentro da Câmara dos Deputados para impedir que a PF pudesse cumprir a ordem judicial.

Daniel Silveira chegou a ser preso em fevereiro do ano passado, após veicular vídeo com ataques aos ministros do STF, mas depois foi solto com o estabelecimento de medidas cautelares, como a de não manter contato com outros investigados por atos antidemocráticos e não participar de eventos públicos.

Por ter descumprido algumas dessas cautelares, Moraes determinou a instalação de tornozeleira eletrônica no deputado. Ele é réu em uma ação penal no STF por ataques feitos aos ministros da Corte.

De terça para quarta, Silveira passou a noite em seu gabinete para evitar cumprir a ordem de colocar tornozeleira eletrônica, determinada por Moraes na última sexta-feira.

O ministro, no despacho desta quarta, classificou a decisão do parlamentar de "estranha e esdrúxula", "onde o réu utiliza-se da Câmara dos Deputados para esconder-se da Polícia e da Justiça, ofendendo a própria dignidade do Parlamento, ao tratá-lo como covil de réus foragidos da Justiça".

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