Logo Folha de Pernambuco

Justiça

STF ignora pandemia e marca sessão presencial após Bolsonaro recusar convite virtual

Jair Bolsonaro (sem partido) ignorou o teor do convite e avisou que irá presencialmente à solenidade

Estátua da Justiça no STFEstátua da Justiça no STF - Foto: Agência Brasil

O STF (Supremo Tribunal Federal) convidou autoridades para participarem de maneira virtual da sessão de abertura do ano do Judiciário na próxima segunda-feira (1º), mas o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ignorou o teor do convite e avisou que irá presencialmente à solenidade.

Para não acirrar os ânimos com o Palácio do Planalto, a corte desistiu de fazer o encontro online e estendeu o convite aos presidentes da Câmara, do Senado, da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e ao procurador-geral da República para eles também estarem fisicamente na sessão.

O STF já enfrentou desgaste público por fazer cerimônia física durante a pandemia da Covid-19. Isso ocorreu na posse do atual presidente da corte, Luiz Fux, em setembro passado. Mais de 50 pessoas se reuniram no plenário durante a cerimônia e, dias depois, ao menos oito autoridades contraíram o novo coronavírus.


Desta vez, o tribunal informa que não haverá convidados na plateia e que estão autorizadas a presença apenas dos chefes de Poderes e das instituições que compõem o sistema de Justiça, além dos ministros da corte que optarem por ir presencialmente.

O Supremo deu decisões importantes para impor limites a Bolsonaro e definir parâmetros de políticas públicas de combate à pandemia, mas também acumulou maus exemplos no enfrentamento à doença.

Pouco depois de Fux chegar à presidência da corte, foi a vez do ministro Kassio Nunes Marques tomar posse no lugar de Celso de Mello.

Devido à repercussão negativa da cerimônia presencial de Fux, a assessoria do tribunal anunciou que a posse de Kassio seria virtual.

No dia, porém, dez autoridades estiveram no plenário, além de assessores, seguranças e integrantes da imprensa que ficaram do lado de fora.

Cinco dias depois, o ministro Alexandre de Moraes, que estava na solenidade, foi diagnosticado com a Covid-19.
A ministra Cármen Lúcia é outra integrante da corte que já contraiu a doença. A magistrada, no entanto, não confirmou oficialmente o diagnóstico.

Meses depois, em uma palestra, ela admitiu ter sido infectada pela Covid-19, mas não deu detalhes de quando isso ocorreu nem dos sintomas que teve.

Outro episódio que repercutiu mal para o STF foi a tentativa de furar a fila de vacinação contra a doença. O Supremo pediu para o Instituto Butantan e para a Fiocruz a "reserva" de doses para vacinar 7.000 funcionários do tribunal e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), desconsiderando a ordem prevista no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação.

A solicitação foi feita no fim de novembro, antes mesmo de a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ter aprovado o uso emergencial das vacinas.

Na época, o STF negou que a solicitação representasse uma tentativa de ministros e servidores furarem a fila da vacinação.
O Supremo alegou que pretendia ter as vacinas "sem qualquer intenção de obter prioridade na imunização em relação ao restante da população".

Veja também

Senado instala segunda CPI para investigar as bets
APOSTAS ONLINE

Senado instala segunda CPI para investigar as bets

Escala 6x1: governo não deve gastar capital político com proposta
Escala 6x1

Escala 6x1: governo não deve gastar capital político com proposta

Newsletter