STF tem maioria para manter prisão de Walter Braga Netto
Ex-ministro está preso desde dezembro por suspeita de monitorar delação de Cid e de financiar militares; ele nega acusações
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter a prisão do ex-ministro Walter Braga Netto, que está detido desde dezembro.
Os ministros estão analisando um recurso da defesa de Braga Netto contra a prisão, mas quatro dos cinco integrantes do colegiado votaram para rejeitá-lo.
O julgamento ocorre no plenário virtual, com previsão de ser encerrado nesta sexta-feira.
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O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou para manter sua decisão, e foi acompanhado até agora por Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Falta o voto de Luiz Fux.
Braga Netto está preso desde dezembro, pela suspeita de ter tentado descobrir informações do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid e também por uma suposta ação para financiar militares que teriam atuado em um plano para sequestrar Moraes.
Ao contestar a prisão, a defesa do ex-ministro afirmou que os atos atribuídos a eles "todos pretéritos, remontando a 2022 e 2023, não havendo qualquer fato novo ou contemporâneo que justifique a manutenção da prisão preventiva" e que não haveria "qualquer elemento concreto que demonstre interferência ou embaraço" dele na investigação.
Em seu voto, Moraes alegou que "os desdobramentos da investigação, notadamente a realização da denominada operação 'Contragolpe', assim como os novos depoimentos do colaborador Mauro César Barbosa Cid, revelaram a gravíssima participação de Walter Souza Braga Netto nos fatos investigados".
Braga Netto está entre os 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por uma suposta tentativa de golpe de Estado.
A Primeira Turma irá analisar no próximo dia 25 se aceita a denúncia contra ele e outras sete pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que fariam fazer do núcleo principal da suposta organização.
Em resposta apresentada à denúncia, a defesa do ex-ministro afirmou que a acusação é "surrealista" e "sustenta absurdos".
Os advogados criticaram a delação de Cid.
"Tal qual um filme ruim e sem sentido, a denúncia apresenta furos em seu roteiro que desafiam qualquer lógica plausível. De forma surrealista, sustenta absurdos como o plano de prisão de uma pessoa morta. Se não há compromisso com a lógica, certamente que não há nenhum comprometimento com a prova", afirmam os advogados do general.