RIO DE JANEIRO

Suposto esquema da falsificação de cartão de vacina de Bolsonaro envolveu três servidores em Caxias

Secretário municipal de Governo foi preso nesta manhã pela PF; chefe de vacinas e enfermeira lotada na prefeitura foram alvos de busca e apreensão

Carro PF deixa condomínio onde fica a casa de BolsonaroCarro PF deixa condomínio onde fica a casa de Bolsonaro - Foto: Evaristo Sá/AFP

O suposto esquema de falsificação do cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) envolveu três servidores do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Na manhã desta quarta-feira, a Polícia Federal deflagrou a Operação Venire e prendeu o secretário municipal de Governo João Carlos de Sousa Brecha. Outras duas servidoras da cidade foram alvo de busca e apreensão: a chefe de vacinas Claudia Helena Acosta Rodrigues Da Silva e a enfermeira da prefeitura Camila Paulino Alves Soares.

De acordo com a investigação da PF, detalhada pela colunista Malu Gaspar, o plano teria como objetivo forjar a vacinação do ex-presidente para que ele pudesse entrar nos Estados Unidos. Os dados foram inseridos no dia 21 de dezembro do ano passado, nove dias antes da partida de Bolsonaro a seu autoexílio de três meses na Flórida.

Brecha está à frente da Secretaria desde 2017, quando foi nomeado pelo ex-prefeito Washington Reis. O irmão do antigo chefe do Executivo local, o deputado Gutemberg Reis, também foi alvo de busca e apreensão, acusado de ter forjado o próprio passaporte de vacinação — o que ele nega.

Segundo a PF, Brecha é suspeito de inserir dados falsos na carteira de vacinação do ex-presidente. Ele teria acessado o sistema ConectSUS.

Já a chefe de vacinação, Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, teria trocado mensagens com o segurança de Bolsonaro preso hoje, Mauro Cid, que pedia para que ela fizesse um registro falso para ele e sua esposa. Ao checar esta denúncia, os agentes localizaram que a servidora também excluído o registro de vacinação do ex-presidente, no dia 27 de dezembro. Anteriormente, havia a informação de que Bolsonaro teria se imunizado no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias.

Ao Globo, o advogado de Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva afirmou não ter tido acesso aos autos do processo.

O esquema criminoso seria mediado pelo ex-vereador Marcelo Siciliano. Ainda não há informações sobre o papel de Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da prefeitura da cidade.

Veja também

Como Israel construiu uma empresa de fachada para colocar explosivos nos pagers do Hezbollah
ORIENTE MÉDIO

Como Israel construiu uma empresa de fachada para colocar explosivos nos pagers do Hezbollah

PF vai identificar quem está usando o X de forma irregular após decisão que suspende plataforma
BRASIL

PF vai identificar quem está usando o X de forma irregular após decisão que suspende plataforma

Newsletter