Suspeito de financiar atos, empresário bolsonarista postou horas antes de invasão: "Boiada chegando"
João Carlos Baldan ainda publicou xingamentos a Alexandre de Moraes e registros com o ex-presidente Jair Bolsonaro, a deputada Carla Zambelli e o governador Tarcísio Freitas
Apontado pela Advocacia-Geral da União (AGU) como um dos financiadores dos atos antidemocráticos do último domingo, o empresário João Carlos Baldan postou na manhã da invasão da Praça dos Três Poderes que a “boiada (estava) chegando” em Brasília.
Baldan é apontado pela representação da AGU como o responsável por fretar um ônibus no dia 6 de janeiro de São José do Rio Preto, em São Paulo, com destino a Brasília.
Em seu perfil, um dia antes dos ataques, ele narra que tinha “gente chegando por todo lado”. Mostrando pessoas com malas como se tivessem acabado de desembarcar, o empresário diz que iriam mostrar o que é um “pé na porta”. Ele também xingou o ministro do Supremo Alexandre de Moraes.
Em suas redes, Baldan, sócio de um frigorífico, exibe fotos com políticos bolsonaristas. Além do ex-presidente Jair Bolsonaro ele postou registros com a deputada federal Carla Zambelli (PL) e do governador de São Paulo Tarcísio Freitas (Republicanos).
Em nota, Zambelli diz "abominar vandalismo e depredações" e "não ter controle e não poder ser responsabilizada por atos de indivíduos que tiraram fotos em locais públicos" com ela. Nas últimas eleições, Baldan também doou R$ 1 para a campanha de Bolsonaro. O valor, apesar de pequeno, pode ter feito parte de uma mobilização bolsonarista que tentou, através de doações de R$ 1 contabilizar os votos do ex-presidente.
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Nas vésperas do primeiro turno de 2022, João Baldan postou uma foto com ameaças a apoiadores do PT. Na imagem intitulada “Pura matemática”, ele posiciona um projétil antes do número 13, em referência ao número da urna do PT. Logo depois, um sinal de igual e um cartucho já vazio.
O empresário, que se apresenta como um ex-militar da Aeronáutica, participou de motociatas durante 2022 e dos acampamentos com mensagens antidemocráticas em quarteis de São Paulo e Brasília. Entre fotos de sua caminhonete adesivada com “Supremo é o povo”, em setembro de 2021, ele publicou imagens atirando com um fuzil em um clube de tiro.
Procurado, João Carlos Baldan não respondeu os contatos da reportagem.