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BRASIL

Tarcísio chama anistia de "remédio político já usado" e promete buscar apoio

Governador paulista afirma que proposta tem potencial para pacificar o país

Bolsonaro com Tarcísio de Freitas (de azul) e outros seis governadores antes de ato pela anistia na Avenida Paulista Bolsonaro com Tarcísio de Freitas (de azul) e outros seis governadores antes de ato pela anistia na Avenida Paulista  - Foto: Reprodução/Instagram

Além de sinalizar apoio ao PL da Anistia nos atos convocados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), primeiro em Copacabana e depois na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) promete articular por votos da bancada estadual na Câmara a favor da medida. Ele pretende organizar um jantar com parlamentares aliados no Palácio dos Bandeirantes nos próximos dias. O convite, porém, ainda não foi oficializado.

Nesta segunda-feira, durante o anúncio das obras de extensão da Linha 4-Amarela do metrô até a cidade de Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, o governador disse que a anistia é um “remédio político que já foi usado em outras oportunidades”, como em 1979, durante a ditadura militar, e serviria para, segundo ele, pacificar o país.

— Temos pessoas muito simples, que não sabiam exatamente o que estavam fazendo, sendo apenadas de forma muito dura. A gente entende que esse projeto é importante e vamos conversar — afirmou ele.

 

O projeto perdoa a todos que praticaram crimes políticos ou eleitorais desde o dia 30 de outubro de 2022, o que vai além dos ataques às sedes dos Três Poderes, além de anular multas.

O governador paulista adiantou ainda que trataria do assunto com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O deputado virou alvo de bolsonaristas no domingo, como o pastor evangélico Silas Malafaia, organizador do evento, por supostamente travar a aprovação de requerimento de urgência entre os líderes dos partidos.

— Acho que a manifestação dá impulso e força a esse pleito da anistia — acrescentou Tarcísio, a despeito dos ataques direcionados a Motta. — A anistia é um ponto de pacificação, uma porta de saída. E isso permite liberar a agenda para a gente discutir outros temas que são igualmente relevantes.

O deputado federal Capitão Augusto (PL-SP), vice-presidente da sigla, defende que o corpo a corpo de Tarcísio seja feito também com Motta, ainda que o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), tenha partido para um plano B ao coletar assinaturas individuais de parlamentares para o regime de urgência.

— Acho que Motta vai pautar, só está aguardando o momento certo — diz.

Sobre o eventual jantar, Marcos Pereira, que preside o partido de Tarcísio, o Republicanos, e Antonio Rueda, líder nacional do União Brasil, afirmam que ainda não foram convidados oficialmente. Ambos os partidos ainda não fecharam questão sobre um eventual apoio ao projeto de anistia. O União é um partido apontado por alguns parlamentares como relevante para aprovar o projeto, assim como o PSD de Gilberto Kassab, que recentemente amenizou o mal-estar com Bolsonaro por iniciativa de Tarcísio, mas não declarou seu apoio à iniciativa formalmente.

O líder da bancada paulista do Cidadania na Câmara, deputado federal Arnaldo Jardim , é outro que mantém segredo sobre o seu posicionamento acerca da pauta e não quis comentar se os apelos do govenador de São Paulo realmente podem gerar novas adesões.

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