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Tarcísio diz que não será candidato a presidente e que estará com "quem Bolsonaro apoiar" em 2026

Governador de SP afirmou estar realizado à frente do Executivo paulista em entrevista a podcast

Bolsonaro e Tarcísio de Freitas Bolsonaro e Tarcísio de Freitas  - Foto: Marina Uezima

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que não será candidato a presidente da República em 2026 e prometeu apoiar quem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) escolher para a disputa. Em entrevista ao "Flow Podcast", na noite desta quarta-feira (9), Tarcísio exaltou a força do ex-chefe do Palácio do Planalto no espectro da direita, o que lhe confere, na opinião do político, o direito de selecionar o herdeiro de seu capital político caso não consiga reverter a decisão de inelegibilidade do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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O ex-ministro de Transportes de Bolsonaro afirmou estar realizado com o posto de governador.

— Não preciso ser candidato a Presidência, não serei e vou apoiar quem o Bolsonaro apoiar — disse Tarcísio. — Elegível ou não elegível, a gente não sabe o que vai acontecer depois no futuro. Quem vai ser o candidato da direita que o pessoal tem essa grande curiosidade. Quem vai substituir o Bolsonaro é o candidato que ele apontar. Ou vai ser ele ou o candidato que ele apoiar, e é com ele que eu vou.

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Sempre que questionado sobre a possibilidade de ser candidato, Tarcísio vinha se esquivando do assunto. Segundo interlocutores, a antecipação deste assunto, sobretudo antes do desfecho do julgamento de Bolsonaro no TSE, poderia ser lida como oportunismo e traição. Também pesa na balança o fato de ele ainda poder disputar a reeleição ao governo estadual.

O governador de São Paulo tem encontrado desconfiança de bolsonaristas por posicionamentos mais ao centro e pelo pouco espaço dado à ala ideológica na máquina estadual. Tarcísio preteriu o próprio partido nas nomeações ao Palácio dos Bandeirantes e quase não cedeu cargos ao PL. Ao mesmo tempo, abriu um canal de diálogo com o presidente Lula e fez de Gilberto Kassab (PSD), figura rejeitada por apoiadores de Bolsonaro, um dos quadros mais influentes de sua gestão.

Apesar disso, esta semana, em evento no Palácio dos Bandeirantes, o governador disse ser contrário à adesão de seu partido à base do governo Lula. Tarcísio deixou aberta a possibilidade de deixar a legenda caso o Republicanos embarque na Esplanada dos Ministérios do petista.

As declarações se inserem num contexto de apaziguamento entre Tarcísio e Bolsonaro. O governador foi alvo da artilharia bolsonarista nas redes sociais ao ter apoiado a Reforma Tributária e posado ao lado do ministro da Fazenda, o petista Fernando Haddad. O entorno do ex-presidente considerou a foto uma estratégia de tentar se descolar do radicalismo do ex-chefe do Planalto.

Além disso, a sinalização contra o possível apoio de seu partido ao governo abre discussões sobre a eventual nova legenda de Tarcísio, uma vez que o PP, outro partido do Centrão, também negocia com Lula. Sobraria o PL de Bolsonaro ou um partido de menor projeção.

Uma operação de resgate do apedrejamento público — feita pouco mais de 24 horas depois do constrangimento sobre a votação da Reforma Tributária —, conseguiu preservar o capital político de Tarcísio de Freitas. Tanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto seus aliados mais próximos perceberam que a fritura poderia deixar o grupo sem presidenciável para 2026.

Eleito governador de São Paulo na esteira da força política de Bolsonaro, Tarcísio foi lançado ao caldeirão fervente da militância em julho, depois das desavenças com o ex-chefe por conta da reforma tributária. As buscas no Google por "Tarcísio traidor" explodiram, e a base governista na Assembleia Legislativa de São Paulo ameaçou passar um recado ao governador na volta do recesso parlamentar. O entorno de Bolsonaro então operou um apaziguamento dos ânimos.

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