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ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Tarcísio recebeu ligação de Rosa Weber antes de decidir encontrar Lula em Brasília

Governador de São Paulo estava em dúvida sobre viajar ou não após ataques ao Congresso, STF e Palácio do Planalto

Tarcísio de FreitasTarcísio de Freitas - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, recebeu um telefonema da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, nesta segunda-feira. Na ligação, Weber pregou ao ex-ministro da Infraestrutura a necessidade de haver um diálogo entre os entes federativos e as instituições após os atos golpistas que destruíram as sedes dos três Poderes ontem, em Brasília.

A conversa com a presidente do STF pesou para que Tarcísio mudasse de ideia e viajasse a Brasília para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros chefes de Executivos estaduais. Mas não foi fator determinante, afirmam pessoas próximas ao governador.

Reunião por vídeo foi cogitada
Ao longo da manhã, e no início da tarde, o ex-ministro reavaliou por diversas vezes com seus assessores se deveria ou não ir ao encontro de Lula, de quem foi crítico na campanha eleitoral. Chegou a ser cogitado enviar um representante para a agenda ou mesmo participar remotamente.

A agenda inicial do governador desta segunda previa reuniões com os chefes dos poderes estaduais para um alinhamento sobre as ações de desmobilização dos acampamentos de bolsonaristas radicais, além de um encontro com prefeitos de municípios atingidos pelas chuvas. O primeiro compromisso ocorreu, mas o segundo foi remarcado para terça-feira.

Além das reuniões agendadas, interlocutores de Tarcísio disseram que havia uma preocupação de que os atos em São Paulo pudessem sofrer uma escalada de violência, o que não aconteceu. O acampamento em frente ao Comando Militar do Sudeste, por exemplo, foi desocupado após um diálogo entre os apoiadores radicais de Bolsonaro e a Polícia Militar.

Um dos fatores que pesaram para Tarcísio mudar de ideia foi a presença de quase todos os governadores no encontro, cenário que ainda não estava claro no início da manhã, quando o governador ligou para outros chefes dos Executivos estaduais do sudeste. A ausência, num cenário em que todos os outros fossem, jogaria os holofotes sob Tarcísio, dizem aliados.

Repúdio a golpistas no Twitter
A equipe do governador paulista também entendeu que faltar à reunião com Lula poderia passar a impressão de que o governador foi conivente com os atos de vandalismo em Brasília — já que ele é apadrinhado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que por diversas vezes questionou o resultado das eleições. Tarcísio repudiou os atos golpistas de ontem em uma postagem no Twitter.

Tarcísio viajou nesta segunda acompanhado de Arthur Lima, chefe da Casa Civil, e um assessor. A ideia de marcar presença é mostrar que o estado de São Paulo está aberto a um diálogo com o governo federal, afirmam aliados.

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