são paulo

Tarcísio se alia ao PT para eleger nome de Valdemar à presidência da Alesp

Governador de SP resistia a acordo com sigla de Lula, mas mudou de ideia após costura de seu secretário de Governo, Gilberto Kassab

Tarcísio de Freitas discursa na posse como governador de São PauloTarcísio de Freitas discursa na posse como governador de São Paulo - Foto: Reprodução / Vídeo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), decidiu se aliar ao PT para eleger o deputado estadual André do Prado (PL) para a presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Em meados de novembro, o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) já havia batido o martelo em torno do nome do aliado de Valdemar Costa Neto para a Casa, mas resistia a compor um acordo com a sigla de Luiz Inácio Lula da Silva. A costura passou pelo secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD).

Tarcísio chegou a dizer a pessoas próximas que Republicanos, PL e PSD teriam força suficiente para eleger André do Prado sem a ajuda dos petistas. Mas, depois, foi convencido de que o melhor seria não comprar a briga com a segunda maior bancada da Casa e ainda seguir a tradição praticada há anos Alesp, segundo a qual o partido com mais deputados ocupa a presidência e a segunda maior bancada — este ano o PT — comanda a 1ª Secretaria.

Tido como um político habilidoso e próximo a Valdemar, André do Prado é hoje o 2º vice-presidente da Alesp e tem bom trânsito com todas as legendas. Ele é visto pelo PT como um parlamentar que, assim como o atual presidente da assembleia, Carlão Pignatari (PSDB), não daria espaço para deputados bolsonaristas e manteria um diálogo com os partidos de oposição.

O apoio de Tarcísio a André do Prado gerou um mal-estar entre a ala bolsonarista, que afirma sequer ter sido consultada sobre a escolha do nome. Eles defendiam a escolha de Gil Diniz (PL) para o posto. O parlamentar é o mais afinado com Bolsonaro na Alesp, mas se distanciou do governador.

No Republicanos, parlamentares chegaram a defender o nome do deputado Gilmaci Santos, ligado à ala evangélica, para a presidência da Alesp. Ao GLOBO, Gilmaci disse que a bancada do partido "não fez parte de nenhum acordo" e não há "nada fechado com ninguém".

A escolha de compor com o PT reforça a busca de Tarcísio pela governabilidade. Parlamentares petistas já haviam elogiado a escolha de Jorge Wilson para ser o líder do governo da Alesp. Conhecido como "Xerife do Consumidor", o deputado é é tido como um nome moderado dentro do Republicanos e mostra que o governador não deve priorizar pautas ideológicas na Casa.

Para não se indispor completamente com a base que o elegeu, Tarcísio tem dado espaço para os bolsonaristas no segundo escalão de seu governo, como mostrou o GLOBO. No entanto, ele terá duas provas de fogo nas próximas semanas: precisará decidir se sanciona o PL 668/21, que derruba o passaporte da vacina para trabalhar, estudar e ter acesso à saúde, e o PL que garante o fornecimento de medicamentos à base da cannabis no SUS estadual. O primeiro foi tido como uma vitória da base bolsonarista, enquanto o segundo desagradou aos correligionários do governador.

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