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Tempus Veritatis: entenda o nome da operação que mira Bolsonaro e aliados militares do ex-presidente

Segundo a PF, grupo se dividiu em núcleos para disseminar falsa notícia de fraude e invalidar vitória de Lula nas urnas

O ex-comandante da Marinha Almirante Almir Garnier Santos, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio durante desfile do 7 de Setembro em 2022O ex-comandante da Marinha Almirante Almir Garnier Santos, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio durante desfile do 7 de Setembro em 2022 - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira uma operação para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção de Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Batizada de Operação Tempus Veritatis, ou “hora da verdade”, o nome faz referência à articulação golpista para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições de 2022, com o objetivo de "viabilizar e legitimar" uma intervenção militar. Ou seja, o grupo se dividiu em núcleos para disseminar notícias falsas sobre fraude eleitoral e invalidar a vitória de Lula nas urnas.

Segundo a PF, outro núcleo de ação investigado atuava na preparação para realizar um golpe de Estado, "com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais em ambiente politicamente sensível".

Entre os alvos de busca e apreensão estão aliados muito próximos do ex-presidente, como Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres, Valdemar Costa Neto, Almir Garnier e Tercio Arnaud.

Alvos da operação desta quinta-feira foram citados pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que teria afirmado à PF que Bolsonaro atuou diretamente na discussão da elaboração de um decreto golpista com objetivo de impedir a troca de governo após as eleições de 2022. Segundo o ex-ajudante de ordens, Bolsonaro chegou até a pedir alteração em uma minuta de documento que determinava a prisão de autoridades e a realização de novo pleito no país.

O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.

"Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado", informou a PF, em nota.

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