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Tentativa de golpe

Tentativa de golpe: saiba tudo o que Bolsonaro falou desde que foi indiciado pela PF

"Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar", afirmou ex-presidente

Jair Bolsonaro tem afirmado ser alvo de "perseguição política", pois nunca debateu medida que não estivesse prevista na Constituição.Jair Bolsonaro tem afirmado ser alvo de "perseguição política", pois nunca debateu medida que não estivesse prevista na Constituição. - Foto: Richard Lourenço/Agência Câmara

Desde que foi indiciado pela Polícia Federal na semana passada, o ex-presidente Jair Bolsonaro tem negado envolvimento em qualquer discussão sobre tentativa de golpe no fim de seu governo.

Em entrevistas e postagens em redes sociais, ele tem afirmado ser alvo de "perseguição política", pois nunca debateu medida que não estivesse prevista na Constituição. Ele também tem críticado o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).

A primeira manifestação do ex-presidente foi ao portal Metrópoles, na quinta-feira, quando foi indiciado.

— O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei — afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente também pontuou que "é na PGR que começa a luta":

— Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar.

Pouco depois de o Metrópoles publicar a declaração, Bolsonaro postou o mesmo teor em suas redes sociais:

Após o posicionamento da Procuradoria-Geral da República (PGR), para onde o inquérito da PF será remetido pelo próprio Moraes, caberá ao ministro decidir o futuro dos indiciados e eventualmente denunciados, se houver.

Os crimes atribuídos pela Polícia Federal a Bolsonaro no inquérito que aponta uma tentativa de golpe no país podem chegar a 30 anos de prisão como pena máxima. Para a polícia, o ex-presidente, ex-ministros e aliados atuaram para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a eleição de 2022.

Entrevista no aeroporto
Nesta segunda-feira, ao desembarcar em Brasília, Bolsonaro também deu uma entrevista a jornalistas ao lado de seus advogados. Na ocasião, voltou a negar participação em discussões sobre o assunto e atribuiu a conclusão do caso à "perseguição política".

— Nunca debati golpe com ninguém. Se alguém viesse falar de golpe comigo, eu perguntaria: "E o day after? Como a gente fica perante o mundo?". A palavra golpe nunca esteve no meu dicionário. Jamais faria algo fora das quatro linhas da Constituição. Dá pra resolver tudo nas quatro linhas — afirmou o ex-presidente ao desembarcar em Brasília após uma temporada em Alagoas.

Questionado se temia ser preso por causa das investigações, o presidente afirmou que pode ser detido a qualquer momento. Na semana passada, a PF deteve quatro generais e um agente da própria polícia federal suspeitos de tramar um golpe.

— Eu posso ser preso agora, ao sair daqui (do aeroporto) —disse.

Em relação ao PL da Anistia, que pode beneficiar condenados pela invasão dos Três Poderes em 8 de janeiro, Bolsonaro diz acreditar que um colegiado que discutirá o texto do projeto será pautado neste ano. Ele conta com um acordo feito com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

— Não havia clima para aprovar no plenário da Câmara, então a ideia é que passe em uma comissão especial. O meu indiciamento não tem nada a ver com isto, são coisas diferentes.

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