PADRE JÚLIO

Thammy Miranda e outros dois vereadores retiram apoio à CPI que mira padre Júlio Lancellotti

Confira a lista de alguns dos parlamentares que apoiaram a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito

Padre Julio LancellottiPadre Julio Lancellotti - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Três vereadores pediram para tornar sem efeito as suas assinaturas a favor da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que mira a atuação do padre Júlio Lancellotti e de organizações não governamentais (ONGs) no centro de São Paulo. São eles: Sidney Cruz (Solidariedade), Thammy Miranda (PL) e Xexéu Tripoli (PSDB).

Thammy justificou ao Globo que foi vítima de "fake news" e que em nenhum momento foi citado o nome do padre no requerimento, de autoria do vereador Rubinho Nunes, do União Brasil. O filho da cantora Gretchen ainda elogiou o trabalho de Júlio Lancellotti e disse que não assinaria a proposta se soubesse que o trabalho dele seria investigado.

Sidney Cruz também ressaltou que o requerimento de criação da CPI não trazia o nome do padre. Ele protocolou um requerimento para tornar sem efeito a sua assinatura.

—Não tem possibilidade de essa CPI avançar, com todo respeito ao autor. Não tem sentido. Não vejo ninguém contrário ao trabalho do padre Júlio Lancellotti. Se soubesse que ele era um dos alvos, não teria assinado o requerimento. É um desvirtuamento do objeto principal da proposta de CPI — diz ele.

O tucano Xexéu Tripoli, por sua vez, afirmou que pedirá para tornar sem efeito a sua assinatura. Ao contrário dos colegas, porém, ele nega que tenha sido enganado por Rubinho.

—Eu assinei o que está escrito ali (no requerimento). Existe uma investigação de ONGs que estão fazendo falcatruas na questão da alimentação dos moradores em situação de rua do centro de São Paulo. Não tem nada a ver com o padre Júlio Lancellotti — disse o vereador, que ainda acrescenta: — Não me sinto enganado, acho que o vereador Rubinho Nunes faz um bom trabalho, que não é alinhado ao meu, mas que eu tenho que respeitar democraticamente. (Vou retirar o apoio) porque agora apareceu o nome do padre Júlio Lancellotti, e serei contra qualquer ação contra alguém que viveu a vida para os mais necessitados — completou Xexéu.

O requerimento de criação da CPI das ONGs reuniu 22 assinaturas — com as desistências, serão 19, segundo Rubinho. A assinatura é feita à mão, o que dificulta a identificação de todos os vereadores. Entre os que assinaram estão Fernando Holiday (PL), Isac Félix (líder do PL na Câmara) e Sansão Pereira (Republicanos). Algumas assinaturas, no entanto, não estão legíveis.

Xexéu Tripoli (PSDB) - retirou o apoio

Thammy Miranda (PL) - retirou o apoio - retirou o apoio

Sidney Cruz (Solidariedade)

Fernando Holiday (PL)

Isac Félix (PL)

Beto do Social (PSDB)

Adilson Amadeu (União)

Sandra Tadeu (União)

Fábio Riva (PSDB)

Bombeiro Major Palumbo (PP)

Rodrigo Goulart (PSD)

Jorge Wilson Filho (Republicanos)

Rute Costa (PSDB)

Ao Globo, Rubinho Nunes disse que o objetivo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é investigar ONGs que exploram a miséria no centro de São Paulo, e não investigar o padre Júlio Lancellotti em específico. Segundo o vereador, o padre será convidado a prestar esclarecimentos sobre sua atuação na região e, caso não compareça, poderá, sim, ser convocado.

— Eu tentei trazer o padre Júlio Lancellotti para prestar esclarecimento pela Frente Parlamentar em Defesa do Centro de São Paulo, mas ele não quis vir. Disse que só viria à Câmara em uma CPI. Então eu pedi a abertura de uma— declarou Rubinho, que chama o padre de "picareta" e minimiza os três vereadores que desistiram. —Outros vereadores querem apoiar, mas vão fazer isso depois, já que uma parcela da militância está massacrando quem apoiou a criação da CPI. Vai ter barulho, mas vamos instalar, tenho certeza.

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