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Todas as provas indicam que Bolsonaro sabia da trama golpista, diz chefe da Polícia Federal

Andrei Rodrigues afirmou que ainda há diligências em curso no âmbito do inquérito que indiciou o ex-presidente e outras 36 pessoas

Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia FederalAndrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta quarta-feira que todos as provas levantadas na investigação apontam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia do plano de golpe para mantê-lo no poder e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

– Todos os elementos de prova indicam que sim, o ex-presidente sabia da trama golpista por isso, isso e isso. Depoimento, troca de mensagens. É uma investigação muito responsável. Não são 'vozes da minha cabeça'. Tudo que está posto ali tem sustentação fática – disse o diretor-geral, em conversa com jornalistas no Instituto Nacional de Criminalística (INC) da PF, em Brasília.

No encontro, o delegado foi questionado sobre "lacunas" que ainda estão abertas no inquérito sobre o plano golpista, como a identidade de cinco os militares que participaram do plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e a possibilidade de um quarto alvo chamado de "Juca".

Mesmo após a conclusão do relatório de 884 páginas, o diretor-geral afirmou que ainda há diligências em curso no inquérito e é possível que sejam enviados complementos ao Supremo Tribunal Federal (STF).

– Houve apreensão de mais mídias [na operação Contragolpe] e houve também uma determinação recente do ministro relator [Alexandre de Moraes] para que se faça oitiva de determinadas pessoas. Então isso segue em trâmite – disse o diretor-geral.

Nesta quinta-feira, a PF irá ouvir novamente o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fechou um acordo de delação premiada com a corporação. Segundo Andrei, a oitiva ocorrerá por determinação de Moraes, que validou o acordo com o militar em 21 de novembro.

O diretor-geral esclareceu que a PF não pediu a rescisão do acordo de Cid, mas fez um relatório apontando possíveis omissões e contradições nos depoimentos dele. É sobre esses pontos que o tenente-coronel será questionado no interrogatório desta quinta.

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