Acusação de racismo

Tribunal derruba decisão que absolveu ex-assessor de Bolsonaro por gesto considerado racista

Filipe Martins foi denunciado pelo Ministério Público por sinal feito durante sessão do Senado

Então assessor da Presidência, Filipe Martins foi gravado durante sessão do SenadoEntão assessor da Presidência, Filipe Martins foi gravado durante sessão do Senado - Foto: Reprodução

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) derrubou uma decisão que havia absolvido o ex-assessor da Presidência Filipe Martins da acusação de racismo. Com isso, Martins volta a ser investigado por um gesto que fez durante uma sessão no Senado em 2021.

Martins atuou na Assessoria Especial de Assuntos Internacionais da Presidência durante o governo Bolsonaro. Em junho de 2021, ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por ter feito um gesto considerado alusivo a movimentos racistas de supremacia branca — Martins nega a relação.

O caso ocorreu em uma sessão do Senado em março daquele ano. Filipe Martins estava atrás do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), com transmissão ao vivo pela TV Senado, quando fez o gesto, flagrado pelas câmeras.

Em outubro de 2021, o juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal do Distrito Federal, absolveu sumariamente Martins. O magistrado considerou que MPF adotou uma "interpretação" sobre a conduta adotada pelo assessor, mas apontou não existirem outros elementos para corroborar a acusação.

O MPF recorreu da decisão, e ele foi revista na semana passada pela Terceira Turma do TRF-1. O relator, desembargador Ney Bello, votou por aceitar o recurso, e foi seguido pelos juízes federais Olívia Mérlin Silva e Ana Lya Ferraz da Gama Ferreira (convocadas para substituir desembargadores em férias).

Quando ocorreu a absolvição na primeira instância, o advogado de Filipe Martins, João Manssur, afirmou que "não há como se presumir que o sinal feito teria alguma conotação relacionada a uma ideologia adotada por grupos extremistas, e inexistem elementos contextuais que demonstrem tal intenção criminosa".

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