TSE marca julgamento de ação que pode tornar Bolsonaro inelegível
Presidente do TSE marcou para 22 de junho
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, pautou para o próximo dia 22 de junho a ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível.
Corregedor-geral da Justiça Eleitoral, o ministro Benedito Gonçalves liberou o relatório final da ação para ir a plenário na última quinta-feira.
Leia também
• Endividado, dono do Madero se diz arrependido de apoio a Bolsonaro e falas contra o isolamento
• Poupado por Deltan, Bolsonaro não comenta cassação de ex-procurador: "Vou continuar não falando"
• Bolsonaro evita críticas a indicação de Zanin ao STF
O voto de Gonçalves, de acordo com interlocutores do TSE, tem aproximadamente 300 páginas e já foi distribuído aos demais integrantes do colegiado. Ao longo de toda a fase de preparação do processo, conhecida como instrução, o relator foi responsável por posicionamentos duros em relação à conduta do ex-presidente, e impôs reveses como a inclusão da chamada "minuta golpista" na ação. O documento foi encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
No relatório de 39 páginas, o corregedor descreve todas as etapas que fizeram com que a ação estivesse pronta para ser julgada, como depoimentos, alegações e manifestações de todas as partes.
Na "aije dos embaixadores", Bolsonaro é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, já que os ataques contra o sistema eleitoral proferidos no Palácio da Alvorada, diante de 72 embaixadores, foram transmitidos ao vivo pela TV Brasil. A ação foi apresentada pelos advogados do PDT Walber Moura e Ezikelly Barros.
A condenação pela inelegibilidade de Bolsonaro por abuso de poder político já foi recomendada em parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE) juntado ao processo em abril.
Caso seja considerada procedente, a pena aplicada é a inelegibilidade por oito anos. Ou seja, se for condenado, Bolsonaro só poderá disputar eleições a partir de 2032.