BRASIL

TSE multa Flávio Bolsonaro e Carla Zambelli por ligar Lula à morte de Celso Daniel

Senadora Mara Gabrilli também é alvo de decisão; cada um terá que pagar R$ 10 mil

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e a deputada Carla Zambelli (PL-SP)  - Foto: Arquivo

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quinta-feira aplicar uma multa individual de R$ 10 mil aos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Mara Gabrilli (PSDB-SP) e à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por publicações, durante o ano passado, que vincularam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao assassinato de Celso Daniel, então prefeito de Santo André (SP).

Em outubro do ano passado, durante o segundo turno das eleições, Mara Gabrilli concedeu uma entrevista falando de suposto envolvimento de Lula e do PT com a morte de Celso Daniel, em 2002. As declarações foram compartilhadas por Flávio e Zambelli.

 

Na época, a campanha de Lula recorreu ao TSE, que determinou a exclusão dos conteúdos. A ministra Maria Claudia Bucchianeri determinou a remoção, alegando que se tratava de "conteúdo expressa e judicialmente já reconhecido como desinformativo e ofensivo".

Agora, os ministros decidiram aplicar a multa, por maioria de votos. O suplente de deputado federal Ed Raposo (PTB-RJ) também foi alvo da decisão.

O relator, ministro Carlos Horbach, votou por aplicar uma multa de R$ 5 mil para Gabrilli e Zambelli. Ele excluiu Flávio porque o senador apenas compartilhou a entrevista, sem realizar comentários.

— Eu entendo que há aqui, sim, uma postagem indevida, em especial essas duas que há pouco mencionei. E postagens que tiveram um grande alcance orgânico nas redes sociais — avaliou Horbach.

Entretanto, Bucchianeri abriu uma divergência, aumentando a multa para R$ 10 mil e aplicando em todos os representados. Ela foi seguida por Alexandre de Moraes, Benedito Gonçalves e Cármen Lúcia.

— Se fosse a primeira postagem, eu ficaria com o relator. Mas como é uma reiteração, eu proporia, com todo respeito a majoração da multa para R$ 10 mil — afirmou a ministra.

Ela foi seguida por Alexandre de Moraes, Benedito Gonçalves e Cármen Lúcia

— O fato de ser senadora da República não permite praticar desinformação com intuito eleitoral. Naquele momento ela era candidata, naquele momento ela praticava desinformação claramente — declarou Moraes. — O parlamentar, assim como qualquer outra pessoa, não pode se utilizar da imunidade para praticar desinformação, para praticar discurso de ódio.

Raul Araújo acompanhou o relator. Já o ministro Nunes Marques abriu uma segunda divergência, seguindo o voto de Horbach, mas excluindo Gabrilli da multa.

— Ela aduz e sugere, sim, uma participação do presidente no episódio, mas eu verifico que as distorções nas publicações dos demais representados.

Em seu voto, Nunes Marques disse que a investigação do caso ainda estaria aberta na época dos fatos, mas foi corrigido por Alexandre de Moraes.

Veja também

Como Israel construiu uma empresa de fachada para colocar explosivos nos pagers do Hezbollah
ORIENTE MÉDIO

Como Israel construiu uma empresa de fachada para colocar explosivos nos pagers do Hezbollah

PF vai identificar quem está usando o X de forma irregular após decisão que suspende plataforma
BRASIL

PF vai identificar quem está usando o X de forma irregular após decisão que suspende plataforma

Newsletter