Logo Folha de Pernambuco

Eleições

TSE vai definir parâmetros para punir fraudes a cota de gênero

Ideia é fixar parâmetros que sejam usados já nas eleições municipais de 2024

Alexandre de MoraesAlexandre de Moraes - Foto: reprodução/YouTube

 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se prepara para elaborar, nos próximos dias, uma proposta de súmula sobre fraudes à cota de gênero — uma forma de consolidar a jurisprudência da Corte em torno da punição dada para estes casos. O anúncio da medida foi feito pelo presidente do tribunal, ministro Alexandre de Moraes, nesta quinta-feira (17).

A declaração foi feita ao fim do julgamento de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) contra duas candidaturas femininas fictícias que concorreram ao cargo de vereador de Biritiba-Mirim (SP) pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), em 2020.

— Na última sessão, a ministra Cármen Lúcia já havia destacado a necessidade do TSE estabelecer um regramento sobre esse tema. Diante disso, abri um procedimento administrativo para, daqui a uma ou duas semanas, colocar em votação uma súmula do Tribunal em relação a fraudes à cota de gênero. O objetivo é que haja um padrão a ser adotado já para as Eleições 2024 — disse Moraes.

Na última terça, durante o julgamento de outro caso sobre fraude à cota de gênero, a ministra Cármen Lúcia disse que é preocupante a constatação de que algumas decisões regionais e municipais carregam "certa incoerência" com a jurisprudência fixada pelo TSE.

Na análise do caso julgado pelo TSE nesta quinta, os ministros reverteram a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) que havia entendido que não havia provas suficientes para comprovar a alegada fraude cometida pelas candidatas a vereadora pelo MDB. Por isso, na época, a Corte regional considerou nulos os votos recebidos pelo partido no município de Biritiba-Mirim (SP) nas Eleições 2020.

Durante o julgamento, o presidente do TSE, relator da ação, divergiu do Regional ao entender que a fraude à cota de gênero estava, sim, caracterizada. “Rosângela não foi votada no pleito de 2020 e não apresentou as contas de campanha. Já Mayara conquistou apenas um voto e recebeu somente duas doações de R$ 531”, pontuou.

Moraes ainda destacou que, no caso concreto, todos os elementos e provas foram examinados, bem como os argumentos apresentados pelas partes. Para ele, a fraude à cota de gênero de candidaturas femininas representa afronta aos princípios da igualdade, da cidadania e do pluralismo político.

Veja também

Quem é o padre que participou de plano de golpe com Bolsonaro, segundo a PF?
OPERAÇÃO CONTRAGOLPE

Quem é o padre que participou de plano de golpe com Bolsonaro, segundo a PF?

Inquérito do golpe traz ''fatos graves'', mas democracia ''é maior do que isso tudo'', diz Fachin
OPERAÇÃO CONTRAGOLPE

Inquérito do golpe traz ''fatos graves'', mas democracia ''é maior do que isso tudo'', diz Fachin

Newsletter