Ex-presidente do Brasil

Tudo que Bolsonaro já disse sobre sua vacinação contra Covid-19

Ex-presidente deu declarações contraditórias sobre o estado de sua imunização

Jair BolsonaroJair Bolsonaro - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta quarta-feira com objetivo de apurar suposta falsificação de seu certificado de vacinação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu uma série de declarações sobre ter ou não se imunizado contra a Covid-19 em ao menos 30 ocasiões diferentes. Bolsonaro foi o único líder mundial que afirmou publicamente que não iria se vacinar.

O discurso de que não tomaria vacina decorre desde 2020. A primeira vez ocorreu em novembro daquele ano, durante uma de suas lives semanais:

– Eu digo pra vocês: eu não vou tomar. É um direito meu – afirmou.

Em dezembro voltou a repetir o argumento em duas ocasiões públicas.

– Eu não vou tomar a vacina e ponto final. Se alguém acha que minha agenda está em risco, o problema é meu e ponto final – disse o presidente em entrevista à Band

Neste mesmo mês, chegou a afirmar que teria tido "a melhor vacina": ter contraído a doença. O ex-presidente testou positivo em julho de 2020.

Apesar das negativas, o ex-presidente chegou a admitir, em frente ao Palácio do Alvorada, que se vacinaria por último. Bolsonaro afirmou que essa seria uma "atitude louvável" de sua parte, já que parte da população estava "apavorada em casa".

O discurso foi endossado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao receber a primeira dose em julho de 2021:

— Ele já falou que ele quer dar o exemplo, ele quer ser o último brasileiro a se vacinar e é coisa dele, do íntimo dele, pra reforçar o quanto de respeito que ele tem pelo povo então a gente aguarda esse momento lá na frente, o presidente no momento que achar correto também tomar sua vacina — afirmou à CNN à época.

Como antecipou Malu Gaspar, o registro falso de vacinação de Bolsonaro e da filha, Laura, foi incluído no sistema eletrônico do SUS no dia 21 de dezembro de 2022, a pouco mais de uma semana do término do mandato de Bolsonaro.

Apesar do aceno, em agenda em outubro de 2021, durante a inauguração de um trecho da transposição do Rio São Francisco, na Paraíba, Bolsonaro encorajou cidadãos a não se vacinarem:

— Não tomei a vacina e quem quiser seguir o meu exemplo, que siga.

Sigilo de cem anos
No início de 2021, ao ser questionada por meio de Lei de Acesso à informação, a gestão Bolsonaro chegou a impor sigilo de até 100 anos sob a justificativa de que a vacinação do então presidente seria um dado privado.

No final do antigo governo, no entanto, uma ação foi aberta para apurar a possibilidade de informações falsas no cartão de vacinação do ex-presidente. Em março deste ano, a Controladoria-Geral da União (CGU) confirmou que há registro de imunização de Bolsonaro e apura se as informações são verdadeiras. O documento terá o sigilo retirado após a conclusão da investigação.

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