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BRASIL

União Brasil é excluído de reunião de líderes da base com Fernando Haddad

Partido tem três ministérios, mas ainda não está alinhado ao governo

Líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA)Líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA) - Foto: Pablo Valadares / Câmara dos Deputados

Com o objetivo de acelerar a aprovação de medidas provisórias, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez uma reunião nesta segunda-feira (6) com líderes partidários da Câmara. Apesar do esforço do governo em tentar construir consenso para os textos, o União Brasil, terceiro maior partido da Casa, com 59 deputados, e sigla que tem três ministérios, não participou da reunião.

O líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA), afirmou que não houve convite do governo.

– Não fomos chamados – disse.

O encontro foi organizado para discutir a MP que trata da transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Banco Central para o Ministério da Fazenda e a que determina a volta do voto de desempate a favor da Receita nos julgamentos do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf).

Participaram da conversa os líderes do governo, José Guimarães (PT-CE), do PT, Zeca Dirceu (PR), do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), do PSD, Antonio Brito (BA), do PDT, André Figueiredo (CE), do PSB, Felipe Carreras (PE), do PCdoB, Renildo Calheiros (PE), e do PV, Bacelar (BA).
 

Na saída, Guimarães disse que, se pudesse, convidava "todo mundo", mas que o diálogo era apenas para aliados de primeira hora.

Aqui é uma conversa inicial com aqueles que já estão formalmente (na base). Cada dia conversamos com um. Começou com o PT, foi pro PV, PCdo B, Avante, pro PSD, MDB, e vamos avançando.

O deputado não informou se União, PP e Republicanos participarão do encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta-feira. Ao deixar o local, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável por fazer a articulação com o Congresso, elogiou o diálogo.

Tivemos uma reunião que vai ser uma prática desse governo. Os ministros irão dialogar com os líderes, com os parlamentares que pegam a discussão das propostas afirmou.

MPs enfrentam resistência
As duas medidas provisórias enfrentam resistência no Congresso. PP e Republicanos entraram hoje com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a volta do voto de desempate a favor da Receita. A ida do Coaf para a Fazenda também enfrenta insatisfação, principalmente do senador Sergio Moro (União-PR), que já apresentou emendas para impedir a saída da estrutura do BC.

Mesmo com três ministros, o União Brasil não se classifica como base do governo. O argumento do partido é que os nomes que compõem a Esplanada dos Ministérios foram negociados principalmente pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP). Para atrair a bancada na Câmara e no Senado, o governo negocia com indicações de cargos no segundo e terceiro escalão com a legenda.

O presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), disse que a ausência do partido na reunião é natural.

– União não é da base, é natural. É independente – declarou.

Mesmo assim, a legenda é tratada como base pelos líderes do governo na Câmara e no Senado. Procurado, o Ministério da Fazenda diz que abriu esse espaço para a primeira conversa, mas não comenta especificamente os convidados.

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