Valdemar Costa Neto diz ao STF que hacker, réu por invadir sistema do CNJ, pediu emprego no PL
Hacker e deputada são acusados de incluir mandado falso de prisão contra ministro Alexandre de Moraes
Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que o hacker Walter Delgatti, réu por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pediu um emprego no partido.
Delgatti e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) são réus nessa ação, acusados de terem incluído mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes no sistema.
Na audiência, Valdemar disse que conheceu o hacker depois que ele foi ao partido junto com a deputada. De acordo com ele, Zambelli falou que gostaria de levá-lo para conhecer a sede da legenda e o presidente. A deputada também seria ouvida pelo Supremo nesta quinta, mas informou que estava internada em São Paulo após um mal-estar.
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— O advogado disse que ele queria trabalhar no partido, mas eu não tinha lugar. Me surpreendeu ele pedir emprego. Ele tinha sido preso e ele estava com dificuldade de achar emprego — disse o dirigente partidário.
Valdemar afirmou que não houve qualquer pedido para atos criminosos no encontro e negou que tenha pedido para que Delgatti invadisse o telefone da sua secretária. Para ele, o hacker parecia ser um "gênio na área".
— Perguntei se ele poderia invadir o telefone da minha secretária por causa da habilidade dele. E ele disse que sim, mas que precisaria de tempo. Foi por curiosidade — afirmou. Depois disso, ele disse que nunca mais o viu.
Em abril, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Delgattie Zambelli pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Em janeiro de 2023, o hacker acessou o sistema do CNJ e inseriu dados falsos, como um mandado de prisão contra Alexandre de Moraes, do STF.
No ano passado, Delgatti confessou a invasão, disse que fez a pedido de Zambelli e que teria recebido R$ 40 mil pelos serviços. A deputada nega a acusação.
Um dos elementos citados pela PGR na denúncia foi o fato de ter sido encontrado com Zambelli o arquivo com o mandado falso contra Moraes, antes de ele ser divulgado. O mesmo documento foi gerado uma hora antes no computador de Delgatti, o que indica que foi repassado entre eles.
Em junho, a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, receber a denúncia apresentada contra os dois.