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INVESTIGAÇÃO DA PF

Valdemar Costa Neto passa por audiência de custódia e continua preso

Ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão em operação da Polícia Federal realizada nessa quinta (8)

Valdemar da Costa Neto em entrevista para a GloboNewsValdemar da Costa Neto em entrevista para a GloboNews - Foto: Reprodução/Globonews/arquivo

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, passou, nesta sexta-feira (9), por audiência de custódia e continua preso. Ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão em operação da Polícia Federal realizada ontem.

Os policiais encontraram com ele uma arma com o registro vencido e uma pepita de ouro de 39 gramas que não tinha a origem declarada. Com isso, ele acabou sendo preso em flagrante por posse ilegal de arma e usurpação de bens da União.

Advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten classificou como "vergonhosa" a manutenção da prisão do dirigente do PL. "A não soltura do Presidente Valdemar nesse momento só escancara ainda mais o momento que o Brasil vive. Minha solidariedade à ele, bem como à sua esposa e familiares", escreveu ele nas redes sociais. Procurado, o advogado de Valdemar, Marcelo Bessa, não quis se pronunciar.
 

A audiência de custódia é realizada para avaliar a legalidade da prisão ou se houve alguma agressão durante o cumprimento dos mandados.

Segundo a PF, Valdemar é investigado por participar de uma investida golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Ele também é apontado como um dos principais entusiastas de questionamentos feitos ao sistema eleitoral após as eleições de 2022.

Ao analisar as suspeitas levantadas pela PF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, informou haver indícios da participação de Valdemar no “sistema delituoso que se apura”. O inquérito em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) apura os possíveis crimes de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.

“Entre outros pontos, a autoridade policial indica que, como resultado de outras medidas cautelares, verificou-se que investigados se teriam valido da estrutura da residência do Comitê de Campanha da agremiação política presidida pelo sr. Costa Neto para realizar ajustes na minuta de ato de cunho golpista”, aponta o Ministério Público, em menção a fato que teria ocorrido em dezembro de 2022, após a vitória do presidente Lula nas eleições.

Na decisão que autorizou quatro prisões preventivas contra outros alvos, o ministro do STF Alexandre de Moraes afirmou que Valdemar é tido pela PF como o “principal fiador” dos questionamentos sobre as urnas eletrônicas. O ministro determina ainda que o cacique partidário fique proibido de manter contato com Bolsonaro e com o ex-candidato a vice-presidente pelo PL general Walter Braga Netto, como revelou a colunista do GLOBO Bela Megale.

Depois que Bolsonaro perdeu a disputa em 2022, o partido dele pediu ao Tribunal Superior Eleitoral a verificação do resultado do segundo turno, solicitando a invalidação dos votos de mais de 250 mil urnas.

Além disso, segundo a apuração, o antigo comitê da campanha de Bolsonaro, alugado pelo PL, ficou conhecido como “QG do golpe”. Ao fim do segundo turno, o local era frequentado “por diversos apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro entusiastas de uma intervenção militar das Forças Armadas que resultaria na continuidade do então presidente no poder”.

No momento da operação da PF, não havia mandado de prisão contra o dirigente partidário, mas ele foi flagrado em posse de arma com registro irregular. A peça tinha a documentação vencida e estava em nome do filho do político.

Condenado no mensalão
A perícia feita pela Polícia Federal identificou que a pepita de ouro encontrada com Valdemar pesa 39 gramas, tem 92% de pureza, foi extraída de um garimpo e é avaliada em R$ 11,7 mil.

Foi a segunda vez que Valdemar foi preso. No escândalo do mensalão, depois de renunciar ao mandato na Câmara dos Deputados em 2005, o político foi condenado pelo STF a sete anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em dezembro de 2013. No entanto, ele ganhou o direito à prisão domiciliar 11 meses depois. Hoje, o presidente do PL deverá passar por uma audiência de custódia no Supremo.

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