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MAURO CID

Valdemar minimiza delação de Mauro Cid e diz que Bolsonaro continua como cabo eleitoral do PL

Do outro lado, escândalos envolvendo ex-presidente tem provocado dificuldades no planejamento das eleições municipais

Valdemar Costa NetoValdemar Costa Neto - Foto: reprodução/Instagram

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, minimizou o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e disse que isso não vai afetar negativamente o partido nas próximas eleições. O dirigente mantém a previsão de eleger mais de mil prefeitos no ano que vem.

– Mais de mil com Bolsonaro à frente, o Mauro Cid não tem nada para falar de verba pública – disse o presidente do PL ao GLOBO.

O líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), seguiu a mesma linha: – Qualquer covardia que fizerem, nosso presidente vai ser vítima.

Apesar disso, o partido já enfrenta dificuldades na montagem das chapas para concorrer nas eleições municipais do ano que vem. Exemplo disso acontece em São Paulo, onde o prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem negociado o apoio do PL, mas, ao mesmo tempo, evitando associar sua imagem ao do bolsonarismo.

 

Isso tem provocado atritos entre o emedebista e nomes mais ligados a Bolsonaro. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho '02' do ex-presidente, publicou uma mensagem nas redes sociais em que reclama do prefeito e diz que a "a estratégia 'usar o Bozo' está sendo desmascarada".

Isso acontece após Nunes falar, na última quinta-feira, que "não tem proximidade" com Bolsonaro e Lula. O prefeito também tem evitado se comprometer com a escolha de um nome bolsonarista para ser seu candidato a vice.

– Apesar de ter muitos comentários, especulações sobre vice, essa decisão será só no ano que vem. No momento certo, próximo das convenções, vamos reunir os partidos que irão compor a coligação e definir juntos – disse Nunes ao GLOBO.

Apesar disso, o prefeito afirmou que gostaria de ter o apoio de Bolsonaro e do PL em sua tentativa de reeleição. Nunes disse que não condicionou apoio à escolha do vice.

–Reafirmo que gostaria sim de seguir contando com o apoio do PL que já está na nossa base e do presidente Bolsonaro também. Precisamos derrotar a extrema esquerda.

Da mesma forma, o PL ainda não decidiu como atuará na eleição do Rio de Janeiro. O partido será rival do atual prefeito Eduardo Paes (PSD) na disputa, mas ainda não está definida como se dará a participação. Os nomes do general Walter Braga Netto (PL), de Doutor Luizinho (PP) e Rodrigo Amorim (PTB) têm sido citados como opções contra Paes.

Um dos auxiliares mais próximos de Bolsonaro na gestão dele no governo federal, Cid propôs um acordo de delação premiada, que foi homologado hoje por Moraes. O acordo teve como ponto de partida as investigações conduzidas no inquérito das milícias digitais que tramita no Supremo.

O acordo teve como ponto de partida as investigações conduzidas no inquérito das milícias digitais que tramita no Supremo. A mesma decisão de Moraes deu liberdade provisória ao militar.

Há também outras apurações abertas contra o militar, como a suspeita de vendas de joias que foram recebidas como presente pelo governo brasileiro. Investigação da Polícia Federal indica que tentou vender, nos Estados Unidos, presentes recebidos por Bolsonaro recebidos enquanto presidente.

O ex-assessor de Bolsonaro estava preso desde maio após ser alvo de uma ação que apura a atuação de um grupo que teria inserido dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

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