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BRASIL

"Vamos batalhar para Flávio Bolsonaro ser prefeito do Rio de Janeiro", diz Valdemar Costa Neto

Após reunir-se com governador Cláudio Castro, que defendia outra candidatura, presidente do PL afirma que "não tem cabimento" conflito no partido

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto (de pé), declarou apoio à candidatura do senador Flávio Bolsonaro (segundo sentado à direita) para a prefeitura do RioO presidente do PL, Valdemar Costa Neto (de pé), declarou apoio à candidatura do senador Flávio Bolsonaro (segundo sentado à direita) para a prefeitura do Rio - Foto: Reprodução/Instagram

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, apontou nesta sexta-feira (17) o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como o candidato de sua preferência para disputar a prefeitura do Rio em 2024. A declaração de Valdemar ocorreu durante a inauguração do diretório da sigla em Niterói, que contou com a presença da cúpula partidária e de lideranças bolsonaristas.

Mais cedo, Valdemar e Flávio se reuniram com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), na tentativa de apaziguar um conflito interno com o chefe do Executivo estadual, que vinha articulando a candidatura de um aliado, Dr. Luizinho (PP), e ameaçava deixar o partido caso não tivesse o controle do diretório regional.

Valdemar introduziu sua defesa pela candidatura de Flávio lamentando o "tropeço" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno presidencial em 2022, mas projetando uma reação já nas eleições municipais do ano que vem.

-- Tivemos esse tropeço, mas vamos recuperar lá na frente. E talvez a recuperação nossa venha em 2024. Vamos batalhar para o Flávio ser prefeito da cidade do Rio de Janeiro. Tem tudo para isso. Vai ser muito bom para o nosso partido - afirmou.
 

Internamente, Flávio vinha se colocando como candidato à prefeitura desde fevereiro, para marcar posição em meio a um racha entre Castro e o presidente estadual do PL no Rio, Altineu Côrtes, aliado próximo de Valdemar. A declaração de Valdemar endossou publicamente a articulação do senador, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, interditando, por ora, discussões sobre outras candidaturas.

A cúpula do PL também já havia mostrado simpatia por uma chapa com o general Walter Braga Netto, mas o próprio Bolsonaro descartou a possibilidade em outra reunião partidária, no início da semana. O ex-presidente deseja que Braga Netto, seu candidato a vice em 2022, se dedique a organizar candidaturas do PL em municípios de todo o país, de olho em assegurar alinhamento com o bolsonarismo para capilarizar sua base política.

Castro, por sua vez, tem buscado se dissociar do bolsonarismo e feito acenos a Lula. Projetando uma candidatura ao Senado em 2026, ano em que haverá duas cadeiras em disputa -- incluindo a de Flávio --, o governador mira uma aliança partidária ampla e trabalha para emplacar nomes de sua confiança em grandes colégios eleitorais do estado. O atrito com a direção estadual do PL se agravou justamente quando Castro avaliou que parlamentares do partido, apoiados por Altineu, vinham trabalhando contra um dos aliados mais próximos do governador, o deputado estadual Rodrigo Bacellar (PL), atual presidente da Assembleia Legislativa (Alerj).

Castro, Bacellar e parlamentares mais ligados ao Palácio Guanabara não participaram do evento do PL em Niterói na noite desta sexta. Mais cedo, conforme revelou a colunista do EXTRA Berenice Seara, o governador se reuniu com Flávio, Valdemar e Altineu para estabelecer um acordo sobre a composição do diretório estadual do PL. O acordo prevê que nomes indicados por Castro se juntarão à cúpula do PL fluminense, que seguirá sob o comando de Altineu. Flávio, que tem influência sobre a bancada bolsonarista, também deve ampliar sua participação no diretório.

Sinalizando incômodo com a proporção tomada pelo conflito interno, Valdemar indicou que considera o assunto resolvido após a reunião desta sexta, ainda que o pleito de Castro, de trocar o comando estadual do PL, não tenha sido atendido.

-- O PL é grande em estados como Minas e São Paulo, mas no Rio é muito grande. Temos o governador, temos todos os três senadores, algo que não ocorre com nenhum outro partido em qualquer estado, e também as maiores bancadas de deputados estaduais e federais. Então não tem cabimento haver briga no partido. Conversamos com o Cláudio Castro e entendemos o pedido dele de participar mais do comando do partido no Rio. Embora ele já participe, afinal, ele é o governador. E não podemos esquecer que há outra grande liderança no partido no Rio, que é o senador Flávio Bolsonaro -- frisou Valdemar.

Também nesta sexta, ao discursar no lançamento do diretório do PL em Niterói, Flávio disse haver um histórico de fragmentação da direita no município -- o deputado bolsonarista Carlos Jordy, que assumiu o diretório, deve ser o candidato deste campo à prefeitura local em 2024 --, e comparou a situação ao cenário da eleição carioca.

Citando o objetivo de atrair partidos como PP, União Brasil e Republicanos para uma construção de chapa, Flávio afirmou que a unidade é necessária para viabilizar eleitoralmente uma chapa contra o atual prefeito Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição, que articulou o apoio de Lula e dos partidos na base do PT.

-- Vamos nos reorganizar, ter mais estratégia, ser mais inteligentes. Vamos aprender com nossos erros. No Rio, tenho muito claro para mim que não podemos cometer o erro de dividir a direita. Porque aí o lado de lá se compõe e fica difícil para a gente. Para mim, não interessa quem vai ser o nome. Porque vai ter que ser uma construção de várias lideranças políticas, de todo mundo que quer esse projeto - declarou Flávio.

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