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ELEIÇÕES 2022/ENTREVISTA

'Vamos ter que convergir lá na frente', diz Simone Tebet sobre terceira via de centro

Senadora afirma que os nomes terão que se unir, mas descarta abrir mão da cabeça de chapa para ser vice

Senadora Simone Tebet (MDB-MS) Senadora Simone Tebet (MDB-MS)  - Foto: Reprodução/TV Senado

Pré-candidata do MDB à Presidência da República, a senadora Simone Tebet (MS) é vista como a vice ideal por alguns de seus concorrentes nas eleições deste ano. Em contraponto, ela diz que a sua candidatura está se tornando irreversível, sob os argumentos de que alguns integrantes da terceira via já “ficaram pelo meio do caminho” e de que seu nome enfrenta uma baixa rejeição do público. A pré-candidata ressalta ainda representar o eleitorado feminino — 52% do total. Simone foi a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a mais importante da Casa.

Apesar de ter conquistado projeção nacional durante a CPI da Covid, a senadora ainda é desconhecida na maior parte do país e, até o momento, não decolou nas pesquisas de intenção de voto. Para reverter esse cenário, aposta na convergência do centro para quebrar a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula. A pré-candidata aposta que o grande tema da eleição será a economia, com foco na desigualdade social, na fome e no desemprego. E acredita que o combate à corrupção, embora importante, não terá papel central como na disputa de 2018.

O Globo vai convidar para entrevistas todos os pré-candidatos a presidente à medida que eles forem anunciados formalmente por seus partidos.

Alguns pré-candidatos avaliam a senhora como uma boa vice. Como vê isso?

Para responder a essa pergunta eu teria que perguntar a eles o porquê que acham que sou o melhor nome para vice. Se a resposta for porque me acham preparada, responsável, ética, compromissada com o país, sou tudo isso, tenho capacidade de ser cabeça de chapa e pedir também que algum deles ceda o espaço para que possa ser meu vice. Com isso, a gente não tira do processo a única pré-candidata mulher para falar o que a mulher pensa, o que a mulher quer para o Brasil. Eu não tenho plano B, pelo menos não a nível nacional.

Qual é a sua estratégia para se tornar um nome mais competitivo?

O centro democrático sabe que não tem dois, três ou quatro nomes. Vamos ter que convergir lá na frente. Muitos já ficaram pelo caminho muito mais rápido do que eu imaginava. Eu não esperava que o União Brasil abrisse mão de uma candidatura tão cedo. O próprio PSDB já tem feito a sua escolha. O presidente do Senado (Rodrigo Pacheco, do PSD) está revendo a sua candidatura em nome de outro projeto e da responsabilidade que ele sabe que tem com o Congresso Nacional. Então, quem é hoje o centro democrático?

A minha candidatura está se tornando irreversível pelos fatos, porque os players com maior visibilidade e capacidade de aglutinar e de conseguir votos ficaram pelo meio do caminho. Hoje, sou a pré-candidata do maior partido do Brasil com o menor índice de rejeição do centro democrático. Tenho dois ativos: a baixa rejeição e o fato de ser a única mulher em um eleitorado majoritariamente feminino.

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