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eleições 2022

'Veio observar o quê?', provoca Bolsonaro sobre observadores da OEA que vieram acompanhar eleições

Presidente se reuniu com o chefe da Missão de Observação Eleitoral (MOE), o ex-chanceler do Paraguai, Rubén Ramirez Lezcano, no Palácio do Planalto, pela manhã

Jair BolsonaroJair Bolsonaro - Foto: Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro lançou mão de uma provocação ao comentar o encontro que teria como o chefe da Missão de Observação Eleitoral (MOE), o ex-chanceler do Paraguai Rubén Ramirez Lezcano, no Palácio do Planalto, na manhã desta segunda-feira (26). Lezcano comanda uma equipe que veio acompanhar o primeiro turno das eleições brasileiras, neste domingo.

"Vou estar agora com o chefe dos observadores que vem observar as eleições aqui. Vou perguntar: veio observar o que?",  falou Bolsonaro no “cercadinho”, local no Palácio do Alvorada onde costuma parar para conversar com os apoiadores.

Integrantes da MOE da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Brasil se reunirão nos próximos dias com autoridades eleitorais, governamentais, líderes políticos, observadores nacionais e os próprios candidatos à presidência da República.

A Missão estará presente em 15 estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal. Na equipe, os especialistas irão monitorar aspectos do pleito como tecnologia e organização eleitoral, votação no exterior, a justiça eleitoral, financiamento político, campanha, violência eleitoral e outros pontos do pleito.

O objetivo é realizar uma análise integrada sobre o processo eleitoral no Brasil. Este ano será a terceira atuação da Missão no Brasil.

O sistema eleitoral tem sido questionado por Bolsonaro e até mesmo pelo seu ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, sem provas e sem nenhum registro de fraude comprovado desde a sua implementação no país, em 1996. Bolsonaro insiste que o sistema não é seguro e que não há transparência.

Na semana passada, em entrevista ao SBT, Bolsonaro subiu o tom e afirmou que caso não vença a eleição no primeiro turno com mais de 60% dos votos “algo de anormal” teria acontecido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável pela realização do pleito e pela contabilização do resultado.

Nesta segunda-feira, Bolsonaro pediu para que os apoiadores conversem com seus familiares que não votarão por sua reeleição e pediu para que não falassem de Cuba e Venezuela porque seriam assuntos “ultrapassados”. O presidente, então, citou novos países para serem mencionados.

O chefe do Executivo tem usado a Argentina, Nicarágua, Chile e Colômbia como exemplos de governos de esquerda e ditatoriais desastrosos. Segundo Bolsonaro, aconteceria a mesma coisa no Brasil com a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário na corrida pelo Palácio do Planalto.

"Eleições ela sobe o tom nesta reta final, sexta e sábado são os dois D. D e D mais um. Quando a senhora falou que tem filha, é comum você ter na família alguém que pensa dessa maneira, conversa com essa pessoa. Não fale em Cuba mais não, ta ultrapassado, não fale em Venezuela tá ultrapassado. Fala em Argentina, Chile, Colômbia, Nicarágua. O que esses países têm em comum? Todos esses respectivos chefes de estado são amigos da turma aqui do PT."

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