EX-PRESIDENTE

Veja a origem e o destino dos presentes que teriam integrado esquema de aliados de Bolsonaro

Itens foram entregues por representantes internacionais ao Estado brasileiro, sendo dois pela Arábia Saudita e dois, pelo Bahrein

Imagem de um rolex encontrada no computador na casa de Mauro Cid pela Polícia FederalImagem de um rolex encontrada no computador na casa de Mauro Cid pela Polícia Federal - Foto: Divulgação

A Polícia Federal (PF) listou quatro conjuntos de itens que auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venderam ou tentaram comercializar. Os itens vieram como presentes de representantes internacionais ao Estado brasileiro, sendo dois entregues pela Arábia Saudita e dois, pelo Bahrein.

O esquema foi alvo da Operação 12:2, realizada na sexta-feira pela PF. De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), há indícios de que os valores obtidos com a venda dos presentes "eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-Presidente da República".

Entenda a seguir a origem e o destino dos quatro conjuntos.

Kit Ouro Branco
Recebido por Bolsonaro durante visita oficial à Arábia Saudita. Era composto por um anel, abotoaduras, um rosário islâmico ("masbaha") e um relógio da marca Rolex.

O Rolex foi vendido por Mauro Cid, então ajudante de ordens por Bolsonaro, em uma loja na Pensilvânia, em junho de 2022. A PF acredita que o resto do conjunto foi comercializado no mês em uma loja em Miami.

Em março de 2023, após o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar a devolução de presentes recebidos por Bolsonaro, o Rolex foi "recuperado" pelo advogado Frederick Wassef, e o resto do conjunto foi recomprado por Cid.

Kit Ouro Rose
Foi trazido ao Brasil pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em outubro de 2021 e entregue a Bolsonaro. Era formado por itens masculinos da marca Chopard: uma caneta, um anel, um par de abotoaduras, um rosário árabe ("masbaha") e um relógio.

O conjunto foi colocado à venda em um site de leilão dos Estados Unidos em fevereiro de 2023, com expectativa de arrecadação entre US$ 120 mil e US$ 140 mil, mas não houve compradores.

Relógio Patek Philippe
De acordo com a PF, há "fortes indícios" de que Bolsonaro recebeu o relógio durante viagem realizada em dezembro de 2021 ao Bahrein, mas não o registrou oficialmente. O então ajudante de ordens Mauro Cid, que estava na viagem, encaminhou para Bolsonaro um certificado de origem do relógio.

Em junho de 2022, o relógio foi vendido por Cid junto com o Rolex nos Estados Unidos. Como não havia registro de recebimento, o item não foi alvo da decisão do TCU e não precisou ser recomprado.
 

Barco e árvore
Recebidos por Bolsonaro durante a mesma viagem ao Bahrein. Cid tentou vendê-los em janeiro de 2023, nos Estados Unidos, mas não encontrou compradores. Ele relatou que não foi possível comercializar as peças porque elas não são inteiramente de ouro.

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