Venezuela

Venezuela: em reunião, chanceleres de Brasil e Colômbia avaliam que resultado de eleições é incerto

Os dois países participaram das negociações para o Acordo de Barbados, fechado em outubro do ano passado, entre governo e oposição

Em um encontro que durou três horas, no Itamaraty, Vieira e Murillo apresentaram opiniões coincidentes sobre o pleito.Em um encontro que durou três horas, no Itamaraty, Vieira e Murillo apresentaram opiniões coincidentes sobre o pleito. - Foto: Pexels/Reprodução

Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, se reuniram nesta quinta-feira para discutir as eleições na Venezuela. Durante a conversa, os dois avaliaram que o resultado está em aberto e que não dá para antecipar um ganhador, se o Nicolás Maduro ou o opositor Edmundo González.

Em um encontro que durou três horas, no Itamaraty, Vieira e Murillo apresentaram opiniões coincidentes sobre o pleito e consideram que as pesquisas de opinião no país vizinho são divergentes.

Ainda de acordo com interlocutores ouvidos pelo GLOBO, o momento é de cautela. Após a reunião seguida de um almoço, os dois chanceleres se despediram sem dar declarações públicas, com o intuito de evitar que qualquer fala a respeito da eleição seja considerada uma interferência em assuntos internos. 

Murillo veio ao Brasil para participar de uma reunião do G-20, grupo formado pelas maiores economias do mundo. Aproveitou para pedir uma audiência com o chanceler brasileiro, dada a preocupação com o risco do cenário atual na Venezuela.

Maduro tem passado ao público informações contraditórias. Disse que haverá um banho de sangue no país, se perder a eleição para Edmundo González. Ao mesmo tempo, afirmou que vai reconhecer o resultado do pleito.

Os governos do Brasil e da Colômbia participaram das negociações para o Acordo de Barbados, fechado em outubro do ano passado. Representantes de Maduro e da oposição concordaram em que a eleição deve ser livre, transparente, justa e com o resultado aceito por todos.

Em abril deste ano, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro discutiram a eleição no país vizinho, durante a visita do brasileiro a Bogotá. Na época, Petro chegou a falar sobre a possibilidade de um plebiscito, para garantir direitos àqueles que perderem as eleições. Já Lula reforçou a posição do Brasil contrária à aplicação de sanções econômicas à Venezuela pelos Estados Unidos.

Em entrevista ao GLOBO, na semana passada, María Corina Machado, principal líder da oposição no país, disse que não haverá vingança, ou revanchismo. Defendeu uma transição pacífica entre um governo e outro, em caso de vitória de González.

Além da situação na Venezuela, Vieira e Murillo discutirão a relação bilateral, com temas sociais, econômicos, comerciais, ambientais e culturais. Brasil e Colômbia compartilham mais de 1600 km de fronteira amazônica e defendem uma agenda sustentável.

O Brasil é o terceiro maior parceiro comercial da Colômbia. As exportações brasileiras para o país vizinho totalizaram USD 3,8 bilhões em 2023, enquanto as importações atingiram o valor de USD 2,3 bilhões. Mais de 70 empresas brasileiras estão instaladas no país.

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