eleições 2022

'Verde-amarelo' e vermelho: a moda eleitoral revela o voto no Brasil

Muitos eleitores revelaram seu voto em Lula ou Bolsonaro com suas roupas neste domingo (2)

Eleitores revelaram seu voto em Lula ou Bolsonaro com suas roupasEleitores revelaram seu voto em Lula ou Bolsonaro com suas roupas - Foto: Andre Borges / AFP

Uma bandana com a bandeira do Brasil ou um lenço vermelho; a camisa da seleção ou um adesivo no peito: em frente às urnas, muitos eleitores revelaram seu voto em Lula ou Bolsonaro com suas roupas.

No primeiro turno das eleições presidenciais neste domingo, a lista de adereços é longa e original: batom ou óculos vermelhos "para simbolizar a união" com o Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula ou roupas com as cores patrióticas do Brasil, em apoio a Bolsonaro (PL).

"Não tem voto secreto, não tem como ter, ta muito na vista", disse Debora Mattos, 45 anos, à AFP depois de votar em uma escola em frente à praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. "Ou você tem uma camisa verde e amarela ou vermelha". 

Mattos vestiu uma camisa com o desenho da bandeira brasileira e uma camiseta branca amarrada na cintura que dizia "Bolsonaro presidente".

"É importante, é uma manifestação não apenas partidária, é popular", afirmou Denise Alves, de 37 anos, que usava um vestido vermelho e um adesivo da campanha de Lula.

eleitores

A lei permite expressar suas preferências de forma "individual e silenciosa": é permitido usar camisas dos candidatos, broches e adesivos, contando com que não haja distribuições ou que não fomentem aglomerações.

Nas filas dos centros de votação no Rio, em São Paulo e Brasília, milhares de eleitores decidiram divulgar seu voto.

Bolsonaro votou com uma camisa verde e amarela, em linha com o apelo que fez esta semana aos seus apoiadores para que vistam as cores nacionais, que seus simpatizantes atribuíram a eles nos últimos anos, para desestimar as pesquisas que colocam Lula em vantagem.

Em uma rua de Copacabana, dois homens se cumprimentaram com o polegar para cima, em um sinal de 'joinha': vestiam o uniforme da seleção, portanto sabiam que compartilhavam o  voto. 

Juliana Trevisan, de 32 anos, também vestia uma camisa verde e amarela... mas com o rosto de Lula, "para quebrar" os moldes. Por precaução, ela também usava um suéter vermelho, mesma cor de suas unhas e batom. 

Gisélia Barros de Freitas, médica paulista de 63 anos, não deixou nada ao acaso: usava um boné amarelo com a palavra Brasil", o qual ela combinou com uma camiseta do mesma cor e um lenço 'verde-amarelo'.

"Recuperamos o nosso patriotismo, voltamos a valorizar o 'verde e amarelo'", afirma.

Já Marcio Lessa, 59 anos, optou pelo branco no Rio. "Tenho medo que a extrema direita me agrida", disse ele em meio a denúncias de violência durante a campanha. Com a mão, timidamente forma um 'L': vota em Lula, mas não grita aos quatro ventos.

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