Vereador de Campos é intimado pela Justiça durante cerimônia de diplomação
Durante a campanha eleitoral, Bruno Pezão chegou a ser preso em operação para investigar morte de cabo eleitoral da cidade da região Norte do Rio de Janeiro
O vereador reeleito de Campos dos Goytacazes (RJ), Bruno Pezão (PP), foi intimado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) durante a cerimônia de diplomação da Câmara dos Vereadores, nesta segunda-feira. Ele foi abordado pelo oficial de Justiça durante a solenidade, já que não estava sendo encontrado em outros endereços. Durante a campanha eleitoral, o político chegou a ser preso em ação das investigações do assassinato de um cabo eleitoral na cidade da região Norte do Rio de Janeiro.
Em suas redes sociais, Bruno Pezão divulgou uma nota sobre a situação e disse que a intimação da Justiça Eleitoral foi uma tentativa de criar um constrangimento. Sua defesa afirmou ainda que tomará conhecimento do processo e apresentará a devida resposta nos autos.
"É evidente a tentativa de criar constrangimento e tumulto em um momento tão significativo. onde se consagra a escolha democrática e legitima do povo, refletida nas umas. A diplomação ocorreu de forma tranquila e dentro da normalidade, garantindo o reconhecimento da expressiva vontade popular", diz o texto.
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Após a intimação, o vereador terá cinco dias para se pronunciar na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) movida contra ele. O procedimento, movido pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) pede a cassação do registro de candidatura e que ele seja declarado inelegível por oito anos. A medida pede também a invalidação de todos os votos que viessem a ser obtidos pelo então candidato, que foi reeleito com 4.880 eleitores.
O MPE justifica a medida pela operação da polícia que prendeu Pezão, na campanha eleitoral, e que segundo o órgão evidenciou que o político usou recursos financeiros não declarados, além de intimidar eleitores por conta de uma ligação com a organização criminosa da região de Campo Novo, bairro de Campos.
Em setembro, Bruno Pezão foi um dos nove alvos da operação Pleito Mortal do Gaeco do MPRJ e da Polícia Civil , contra suspeitos da morte de um cabo eleitoral em Campos. Na casa do político preso em flagrante foram encontrados mais de R$ 500 mil e uma pistola do mesmo calibre da utilizada no crime. A polícia cumpriu mandado ainda no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio, contra o traficante José Ricardo Rangel de Oliveira, conhecido como Ricardinho.
A operação fazia parte das investigações do assassinato de Aparecido Oliveira de Moraes, 69 anos, o ‘Aparício’, morto em julho deste ano atingido por oito tiros na Estrada de Campo Novo, na região conhecida como Baixada Campista.
Segundo as investigações, Aparecido tinha desavenças com Ricardinho há dez anos, período em que ele foi preso. Este ano, o cabo eleitoral estava atuando na campanha de Diego Dias, opositor do vereador Bruno Pezão, candidato à reeleição. Uma semana antes do crime, o político, que teria pago R$ 40 mil para ter o apoio do traficante preso, fez um evento na região da Baixada Campista, com a participação de Ricardinho direto do presídio por videoconferência. A foto do criminoso também teria sido exibida em um telão.