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DISCURSO

''Vergonha um presidente formado no Senai ser o que mais investiu na educação'', critica Lula

O presidente deu a declaração durante visita à fábrica da montadora Nissan em Resende, no Rio de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da SilvaO presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: Evaristo Sá/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a elite brasileira. Nesta terça-feira, ele afirmou que é uma vergonha para esse grupo que "um presidente formado no Senai ser o que mais investiu na educação".

O presidente deu a declaração durante visita à fábrica da montadora Nissan em Resende, no Rio de Janeiro.

Essa é a segunda vez na semana que Lula diz que a elite brasileira deveria sentir vergonha.

Na segunda-feira, o presidente afirmou que as classes mais ricas do país esperavam que os trabalhadores não tivessem acesso à educação.

— O Brasil só foi ter sua primeira universidade federal em 1920, o Peru teve em 1550. A elite que ocupou esse país a partir de Portugal só imaginava que a gente fosse indígena, negro, trabalhador e cortador de cana — afirmou o petista.

— Acho que a elite brasileira deveria ter vergonha. Deveria se olhar no espelho e ter vergonha porque precisou um mecânico sem diploma universitário governar esse país para ser o presidente que mais fez universidades, institutos federais.

Essas declarações foram dadas durante a inauguração do novo campus da Universidade Federal Fluminense, a UFF, em Campos dos Goytacazes. Além de Lula, estiveram presentes os ministros Camilo Santana (Educação), Márcio Macedo (Secretaria-Geral) e Renan Filho (Transportes). O prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PSD), filho do ex-governador Anthony Garotinho, foi amplamente vaiado.

No discurso desta terça-feira, o presidente voltou a defender investimentos em educação, em especial para que pessoas de baixa renda consigam estudar, o que viabiliza melhores salários e permite sobreviver sem depender de programas sociais.

— Eu voltei à Presidência da República para provar que esse país não pode ser um país eternamente pobre, eternamente vivendo de Bolsa Família — declarou. — As pessoas começaram a ganhar um pouco mais. O salário mínimo passou a ser um pouco mais do que o do que a inflação. Porque tem gente que na hora que ele vai pagar o salário mínimo, ele não diz que o salário mínimo é muito alto. Ô, gente, R$ 1.000 não é alto, nem de 1.500. Ao invés de olhar a pessoa como empregada, assalariada, olha ela como consumidor.

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