Viagem de Bolsonaro sem agenda pública para Flórida custou ao menos R$ 110 mil aos cofres públicos
Governo não informou custos de deslocamento de aeronaves da FAB
A viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, a dois dias do fim de seu mandato, custou ao menos R$ 110 mil para os cofres públicos. Sem compromisso oficial ou qualquer agenda prevista, o então chefe do Palácio do Planalto deixou o país no dia 30 de novembro, evitando, assim, passar a faixa presidencial ao seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, ignorando o tradicional rito democrática que simboliza a troca de poder no país.
A despesa total, no entanto, é maior, porque o governo federal não divulga os gastos com deslocamentos de aviações a serviço da Presidência.
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Bolsonaro viajou para a Flórida no penúltimo dia do seu governo, utilizando a estrutura do Executivo. Um dos motivos do ex-presidente deixar o Brasil antes do fim do mandato foi justamente o fato de que assim poderia aproveitar as aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB).
Na viagem, foram gastos R$ 94,1 mil com "apoio de solo e comissaria aérea" e R$ 12,3 mil com diárias e seguro-viagem de servidores. Além disso, houve um gasto com passagem aérea de US$ 655 (cerca de R$ 3,4 mil, na cotação da época). Os dados foram informados pela Secretaria-Geral da Presidência, atendendo a um pedido de Lei de Acesso à Informação (LAI).
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), por sua vez, informou que os custos de deslocamento em aeronaves da Aeronáutica não podem ser revelados porque estão sob sigilo, em grau reservado (que dura cinco anos). A justificativa é que se trata de "tema de acesso restrito para os planos e operações estratégicos das Forças Armadas".
Alvo de diversas ações judiciais, o ex-presidente permanece nos Estados Unidos e não tem data prevista de retorno ao Brasil. Na semana passada, ele deu entrada em um pedido de vista de turista, o que o permitiria ficar mais tempo no país.
Na época da viagem, em meio a notícias sobre a intenção de Bolsonaro de deixar o Brasil, membros da oposição anunciaram medidas jurídicas para tentar impedir a viagem, sob a alegação de que seria um uso indevido de dinheiro público, mas não houve sucesso.