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Politica

Viagens de Michelle Bolsonaro pelo país são custeadas por partido da coligação do presidente

Custo médio da hora do aluguel da aeronave utilizada pela primeira-dama é de R$31,5 mil

Michelle BolsonaroMichelle Bolsonaro - Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

Diante das dificuldades de caixa enfrentadas pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, as viagens feitas pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, para pedir votos para o marido têm sido custeadas pelo PP, outra legenda da coligação. Tratada como um ativo importante para vencer a rejeição das mulheres ao marido, ela intensificou a participação na campanha neste segundo turno.

Michelle iniciou um roteiro que passará pelas cinco regiões do Brasil. Ela estará acompanhada da senadora eleita e ex-ministra Damares Alves, da deputada reeleita Bia Kicis (PL-DF) e da vice-governadora eleita do Distrito Federal, Celina Leão (PP). Intitulado “Mulheres com Bolsonaro”, o evento leva a comitiva feminina para encontros com apoiadoras do presidente país afora.

Nesta semana, a primeira-dama voltou suas atenções à Região Norte e cumpriu agendas em Belém (PA), Macapá (AP), Boa Vista (RO) e Manaus (AM). Ela também deverá ir a Rio Branco (AC), Porto Velho (RO) e Palmas (TO) nos próximos dias.

Celina Leão afirmou ao GLOBO que a aeronave usada para o deslocamento de Michelle e suas acompanhantes nessas agendas está sendo paga pelo PP e que se trata de uma doação para campanha do titular do Palácio do Planalto. A informação foi confirmada pelo presidente nacional do PP, o deputado Cláudio Cajado (BA).

"Vamos viajar com a primeira-dama pelas cinco regiões do país, e estaremos em todas as capitais do Nordeste", adiantou Celina.

A participação financeira do PP se dá no momento em que o PL já gastou todos os recursos provenientes do seu fundo eleitoral.

A contribuição nos moldes feitos pelo do PP é permitida pela legislação, mas deve ser declarada à Justiça Eleitoral. Na prestação de contas de Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) consta, até o momento, uma doação feita pelo PP, no valor de R$ 1 milhão, informada ainda durante o primeiro turno. O GLOBO não encontrou registro de transações envolvendo o PP neste segundo turno, mas o partido ainda pode fazê-lo até o final da eleição.

A aeronave que levou a primeira-dama é uma LEARJET-45, um bimotor de médio porte e de alta performance, com capacidade para levar até nove passageiros. Pode fazer viagens interestaduais e internacionais, a depender da distância.

Até o momento, Michelle foi de Brasília para Belém; de Belém para Macapá; de Macapá para Boa Vista; e de Boa Vista para Manaus. Segundo simulação feita pela empresa, o preço médio do deslocamento teria custado R$ 305 mil. A hora do aluguel da aeronave custa R$ 31,5 mil.

O presidente do PP, no entanto, se negou a responder sobre o valor investido: "Não vem ao caso dizer isso agora. Depois estará na prestação de contas"

A deputada, por sua vez, afirmou que não se lembrava da quanto custou o serviço: "É uma empresa de táxi-aéreo alugado. Tem contrato, tudo certinho".

Procurada, a empresa Líder Táxi Aéreo afirmou que os contratos dos serviços prestados, incluindo o fretamento de aeronaves, "preveem cláusula de confidencialidade das informações e identidades dos clientes".

“Os contratos dos serviços prestados pela Líder, incluindo o fretamento de aeronaves, preveem cláusula de confidencialidade das informações e identidades dos clientes. Sendo assim, a empresa tem por obrigação respeitar a confidencialidade da contratação de seus serviços por qualquer pessoa ou empresa, assim como valores”.

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