Senado

Vice-líder do governo no Senado diz que governo focará em militares, agro e religiosos

Parlamentares também pedem foco maior na articulação política na Câmara

Lula conversa com senadores no Palácio do Planalto Lula conversa com senadores no Palácio do Planalto  - Foto: Divulgação

Após conversa entre senadores e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-líder do governo no Senado Jorge Kajuru (PSB-GO) afirmou que os aliados do petista vão atuar em três frentes para dar impulso à agenda do Executivo.

A primeira será negociar a votação de proposta que condiciona a nomeação de oficiais das Forças Armadas em cargos políticos — pelo texto, o militar da ativa terá que abandonar a carreira para assumir a função de cargo comissionado. Lula também quer, segundo o parlamentar, que os parlamentares atuem nos estados para diminuir a resistência ao governo entre religiosos e empresários do agronegócio.

No Palácio do Planalto, além de Kajuru, Lula conversou no início da noite desta segunda-feira com Renan Calheiros (MDB-AL), Jaques Wagner (PT-BA), Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), Otto Alencar (PSD-BA), Fabiano Contarato (PT-ES) e Izalci Lucas (PSDB-DF). Também estiveram presentes os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais)

— Se definiu o tripé que precisaremos priorizar agora. A questão dos militares, um projeto que já existe, que tem como relator o senador Marcelo Castro. É você decidir a sua vida: se você quer ser militar ou político. Isso foi decidido nessa reunião. Vamos colocar o projeto em pauta para votação. Segundo ponto: o agronegócio. Se falou com toda a sinceridade com o presidente do que acontece no Brasil hoje, com o que pensa o agronegócio do governo Lula. Então é preciso que cada estado precise trabalhar (...) Por fim, a questão religiosa. Alguns dos senadores conversaram sobre esse ponto. Os senadores entenderam que é necessário conversar — disse o vice-líder do governo.

Ainda de acordo com Kajuru, houve o pedido para que Lula trabalhe melhor a articulação política na Câmara, onde há menos apoio ao governo.

— O que mais o presidente Lula reclamou é que o Brasil não está conseguindo voltar à normalidade. O senador Otto disse a ele: se o senhor conseguir acertar a Câmara, com todas dificuldades, tendo que rezar a Bíblia que ela quer, o senhor pode ter certeza que voltará a ter o Brasil funcionando de novo.

Ele também afirmou que o petista fez um relato sobre a conversa com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Lira teria ficado insatisfeito com denúncias e acusações. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para esta terça-feira a retomada do julgamento de um recurso da defesa do presidente da Câmara em caso de corrupção passiva. Um de seus aliados mais próximos, Luciano Cavalcante, também foi alvo de apuração da Polícia Federal que investiga suposto esquema de desvio de verba pública na compra de equipamento de robótica para alunos em Alagoas.

— Arthur Lira (segundo o relato de Lula) se mostrou indignado em relação às acusações contra ele. Ele (Lula) disse "Você sabe o que passei, e tive que enfrentar, e enfrentei. Se você tem a certeza de que não tem responsabilidade sobre nada do que foi acusado, então vá em frente. Vá para cima e não fique calado porque, se ficar calado, haverá a impressão de que quem fala tem razão".

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