Ministro da Saúde reage com gesto obsceno a protesto de brasileiros nos EUA
Em van ao lado da comitiva presidencial, Marcelo Queiroga foi flagrado apontando o dedo médio a um grupo de manifestantes que pedia a saída de Jair Bolsonaro
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reagiu com um gesto obsceno a um protesto de brasileiros na noite desta segunda-feira em Nova York, nos Estados Unidos. Um vídeo publicado nas redes sociais mostra o momento em que o médico, dentro de uma van que transportava a comitiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), aponta o dedo médio para um pequeno grupo de manifestantes que criticava o governo.
Em Nova Iorque, ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, se irrita com manifestantes que criticavam a presença de Jair Bolsonaro na cidade.
O ministro fez gestos obscenos para os manifestantes. pic.twitter.com/PWPLxQUtoN — Eixo Político (@eixopolitico) September 21, 2021
O episódio ocorreu na saída da comitiva brasileira após uma recepção em Nova York, onde Bolsonaro discursará na abertura da 76ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira. Uma dezena de manifestantes gritavam palavras de ordem contra o presidente, chamado de "genocida" e "assassino". Sem se conter, Queiroga gesticulou efusivamente em direção ao grupo, que retribuiu com xingamentos e gestos obscenos.
Na calçada em frente à residência da missão nacional junto à ONU, manifestantes também exibiram frases críticas a Bolsonaro em um caminhão que carregava um telão. Uma das mensagens culpava o mandatário pelas queimadas na Amazônia.
O caminhão faz parte de uma ação promovida por ativistas brasileiros e americanos e vai percorrer pontos famosos da cidade até esta terça-feira. Nessa segunda, o veículo passou por pontos como Times Square, World Trade Center e Wall Street.
Em suas redes sociais, Bolsonaro atacou a mobilização e chamou os manifestantes de "acéfalos". Ele enfrenta protestas desde que chegou a Nova York no domingo. Na ocasião, o presidente entrou pela porta dos fundos do hotel onde está hospedado para evitar o grupo contrário a seu governo.
Mesmo antes da chegada à cidade, Bolsonaro foi alvo de críticas por dizer abertamente que não foi imunizado contra a Covid-19. Nesta segunda-feira, ele repetiu a afirmação diante do premier britânico, Boris Johnson, que minutos antes havia feito um discurso em defesa da vacina da AstraZeneca.
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse em pronunciamento que, se o mandatário brasileiro não quer se vacinar, "nem precisa vir à cidade". Bolsonaro é o único líder entre as principais economias do mundo que declaradamente não se imunizou contra a Covid-19.
Também nesta segunda-feira, um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, foi vaiado ao entrar numa loja da Apple na 5ª Avenida, conforme publicou o colunista Ancelmo Gois.