Vigilante do STF é preso por participação em atos golpistas na Praça dos Três Poderes
Josenaldo Alves consta na lista dos 1.159 detidos pelas forças policiais do DF; Supremo diz que vai apurar se ele repassou "informações sensíveis que possam ter fragilizado a segurança"
Um vigilante terceirizado do Supremo Tribunal Federal (STF) foi preso por participação nos atos golpistas na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Josenaldo Batista Alves, de 48 anos, consta na lista dos 1.159 suspeitos encaminhados ao sistema prisional do Distrito Federal, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária. Ele foi detido em flagrante no último domingo, dia 8.
O STF informou que abriu um processo para investigar "se o vigilante repassou informações sensíveis que possam ter fragilizado a segurança". A corte também afirmou não ter informações sobre se ele participou de atos de vandalismo dentro do prédio do Supremo.
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"A empresa terceirizada foi notificada do ocorrido, e o STF apura se o vigilante repassou informações sensíveis que possam ter fragilizado a segurança. As investigações estão em andamento, e ele responderá por seus atos conforme o devido processo legal", diz o texto enviado pelo Supremo.
Alves trabalha para a empresa Zepim Segurança e Vigilância, que presta serviços ao STF e outros órgãos públicos. Ele estava de folga no dia dos atos.
Procurada, a empresa se pronunciou por meio de uma funcionaria do RH que não se identificou. Ela afirmou que não compete à empresa se manifestar sobre o que um funcionário faz em seu dia de descanso. — O que um funcionário faz no dia de folga dele não cabe a nós. Em questão do que vai acontecer com ele, isso só é relacionado a ele. Não temos nada a declarar — disse.
Segundo a Polícia Federal, Alves e os outros 1.158 suspeitos presos devem responder pelos crimes de terrorismo, associação criminosa, atentado contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, perseguição e incitação ao crime.
No último domingo, a sede do Supremo foi invadida e depredada por um grupo de manifestantes que não aceitam o resultado das eleições e pedem um golpe de Estado. O ato, que também culminou com o quebra-quebra nos prédios do Planalto e Congresso, partiu do acampamento montado em frente ao quartel-general do Exército.
O advogado do suspeito não foi localizado pela reportagem.