Eleições 2022

"Vou conversar com o mercado na hora que eu tiver interesse", diz Lula

Na entrevista, Lula disse também que está "conversando com muita gente que participou do golpe contra a Dilma, "porque se não conversar, não faz política"

LulaLula - Foto: reprodução/vídeo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã desta terça-feira que vai conversar com agentes do mercado "na hora que tiver interesse". Em entrevista à rádio Bandeirantes de Porto Alegre, o petista foi questionado sobre quem seria o porta-voz do PT na área econômica, responsável pela articulação do mercado, e respondeu que sua equipe é composta de "90 economistas", sem uma figura centralizadora.

Na entrevista, Lula disse também que está "conversando com muita gente que participou do golpe contra a Dilma, "porque se não conversar, não faz política".

— O mercado precisa conversar com o candidato a presidente. E na hora que eu tiver interesse vou conversar com o mercado. Eu tenho 90 economistas participando do grupo de trabalho. Tem gente do mercado. Eu não vou queimar um ou outro economista — declarou.

Lula também foi perguntado sobre o fato de Persio Arida e Lara Resende, que participaram da elaboração do Plano Real, negarem colaboração com sua pré-campanha. Ele disse que a conversa ocorreu e defendeu que as propostas econômicas não venham apenas do PT.

— O Pérsio Arida foi indicado pelo companheiro Alckmin para conversar com a Fundação Perseu Abramo, e ele foi conversar. Acho que é razoável que se conversa. Nós não somos donos da verdade. Queremos conversar com todo mundo. O programa de governo não pode ser do PT. Tem que ser desses sete partidos que estão conosco e mais a sociedade.

O ex-presidente declarou que, apesar de não saber se conseguirá colocar a ideia em prática, quer "encontrar um jeito" de acabar com o orçamento secreto, implementando uma espécie de orçamento participativo no lugar. Criado em 2019, o orçamento secreto utiliza as emendas de relator (identificadas pelo código RP-9) para ampliar, sem transparência, a quantia de recursos públicos que congressistas podem enviar a seus redutos eleitorais.

O mecanismo tem sido usado pelo governo de Jair Bolsonaro para angariar apoio no Congresso, beneficiando deputados e senadores que se alinham ao Palácio do Planalto em votações, por exemplo. As distorções provocadas por esse sistema motivaram o STF a determinar que os nomes de todos os beneficiários fossem revelados.

Sem dar maiores detalhes, Lula disse querer "criar um mecanismo para que o povo brasileiro possa através da internet participar da execução do orçamento".

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