Wajngarten nega ter mentido, mas apresenta versões diferentes sobre aval do presidente a Pfizer
Ao ser questionado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o ex-secretário evitou por diversas vezes dar uma resposta direta sobre o conhecimento de Bolsonaro sobre sua atuação
Embora tenha afirmado não ter mentido à revista Veja e nem à CPI da Covid, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten apresentou à comissão, nesta quarta-feira (12) uma versão diferente sobre sua atuação nas tratativas para a aquisição da vacina da Pfizer.
À revista, em abril, Wajngarten afirmou que anteviu "os riscos da falta de vacina e mobilizei com o aval do presidente vários setores da sociedade".
Ao ser questionado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o ex-secretário evitou por diversas vezes dar uma resposta direta sobre o conhecimento de Jair Bolsonaro sobre sua atuação. Após ser confrontado novamente, afirmou que o presidente não sabia que ele contataria pessoas para articular a compra da vacina.
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"Em nenhum momento o presidente sabia previamente que eu contataria todas essas pessoas", disse à CPI, em referência aos contatos mantidos com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), com o procurador-geral da República, Augusto Aras, e senadores, para articular a compra da vacina da Pfizer.
Vieira então explorou o fato de a revista ter mostrado declaração dele de que teria "aval" do presidente, enquanto à comissão o depoente afirmou que Bolsonaro não sabia. "Então o senhor mentiu à Veja? É melhor mentir à Veja do que à CPI. Aqui dá cadeia, lá pode dar um processo, desmoralização", disse o senador.
"Não tem nenhuma mentira, senador. Eu tenho muito orgulho de ter procurado todas as pessoas que procurei para tentar resgatar as vidas", respondeu Wajngarten, que não acrescentou se o presidente teria ou não dado aval.