STF

Zanin almoça com evangélicos, incluindo Damares, e tem aval de Bolsonaro para sinal verde do PL

Advogado vai à Assembleia de Deus de Madureira em encontro que incluiu Damares

O advogado Cristiano ZaninO advogado Cristiano Zanin - Foto: Marcos Alves

Em seu segundo dia de visita aos gabinetes dos senadores, o advogado Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), avançou na consolidação do apoio para sua aprovação com evangélicos e oposição, incluindo um aval do ex-presidente Jair Bolsonaro para seu partido liberar a bancada, segundo parlamentares da sigla.

O advogado pretende visitar ao menos 9 gabinetes ao longo dia, incluindo a liderança do PT e MDB —dois partidos dos quais conta com o apoio unânime e que somam 18 parlamentares.

Além das visitas institucionais, ele almoçou na Assembleia de Deus de Madureira, na Asa Sul em Brasília, na presença de parlamentares da bancada evangélica, como o líder da frente no Senado, Carlos Viana (Podemos-MG), e Damares Alves (Republicanos-DF). Zanin foi levado ao templo pelo deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), que tem atuado como uma ponte entre o advogado e os evangélicos.

O almoço, que durou cerca de duas horas, também contou com a participação dos bispos Abner e Samuel Ferreira, além de outras lideranças religiosas, senadores e deputados. Antes do encontro, Damares disse a interlocutores que pediria a Zanin que ele estivesse atento a questões sobre abuso infantil.

Ainda na quarta-feira, segundo parlamentares do PL, Bolsonaro reforçou em conversas reservadas que a indicação de Zanin é uma prerrogativa do presidente. Segundo esses aliados, próximos a Bolsonaro, o ex-mandatário deu sinal verde para o PL liberar sua bancada de 12 senadores, para cada um votar de acordo com sua vontade, mesmo a votação sendo secreta.

PT e MDB na lista
No Senado, Zanin começou sua peregrinação cedo, pela liderança do PT, onde os senadores deram o apoio ao advogado e falaram sobre o processo para sua aprovação na Casa.

— Não vemos grandes obstáculos à aprovação — disse o senador Paulo Paim (RS).

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) acredita que Zanin terá mais de 60 votos para sua aprovação no plenário a Casa. Já a senadora Teresa Leitão (PT-PE) voltou a falar da PEC que prevê anistia a partidos políticos por problemas nas prestações de contas e pelo descumprimento de cotas eleitorais da anistia. O mesmo tema tinha sido levantado pela bancada feminina no dia anterior.

Na oposição, Zanin fez sua segunda visita a um senador do PP e desta vez foi à sala de Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura de Jair Bolsonaro. Os dois falaram, entre outros assuntos, sobre o marco temporal das terras indígenas, tema em tramitação no Supremo e no Congresso. Na Corte, Zanin participará do julgamento sobre o assunto, uma vez que seu antecessor, Ricardo Lewandowski, não votou. Zanin teve uma conversa também com o senador Romário (PL-RJ).

Na parte da tarde, Zanin se reuniu com a bancada do MDB. Na conversa, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) fez uma crítica às decisões monocráticas do Supremo, principalmente as que envolvem outros Poderes.

O relator da indicação de Zanin, senador Veneziano Vital do Rego (MDB-PB) também participou do encontro na liderança. Veneziano apresenta seu relatório nesta quinta-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O texto, segundo o senador deverá ser objetivo.

A sabatina está marcada para o dia 21. Depois da sessão de perguntas, o relatório de Veneziano será votado pelo colegiado e, na sequência, pelo plenário do Senado, onde ele precisa conseguir pelo menos 41 votos favoráveis. Caso tenha o nome confirmado, só deverá tomar posse em agosto. A data é dada como certa por integrantes do Supremo, segundo O GLOBO apurou.

Na terça-feira, Zanin havia visitado 26 senadores em um dia — quase um terço dos representantes da Casa. O périplo esultou no apoio unânime da bancada do PSD (11 dos 15 integrantes estiveram presentes), na conquista de ao menos uma mudança de voto, do senador Plínio Valério, e na constatação de que ainda há uma parcela de indecisos, como Alessandro Vieira (PSDB-SE).

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