SUSTENTABILIDADE

"Afroecologia": a união entre sustentabilidade e feminismo negro em fotolivro

A fotógrafa e escritora Jô Rodrigues foi a entrevistada nesta terça-feira (18) no Folha na Tarde com Patrícia Breda

Foto: Divulgação | Jô Rodrigues

A história e o laço do povo negro africano com a natureza é milenar –“afagar a terra”, como cantam Chico Buarque e Milton Nascimento na canção “Cio da Terra”, é o foco do fotolivro documental de Jô Rodrigues, que registrou em dois anos as atividades agroecológicas realizadas no Sítio Ágatha, localizado no município de Tracunhaém, ao longo da Rodovia PE 41, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Este foi o tema do Espaço Mulher desta terça-feira (18), quadro do programa Folha na Tarde, ancorado por Patrícia Breda e transmitido pela Rádio Folha 96,7 FM de segunda a sexta, das 14h às 17h.

A fotógrafa profissional e escritora Jô Rodrigues, que é nativa do Espírito Santo mas vive em Pernambuco, conversou sobre as origens do nome selecionado para o livro, “Afroecologia”, e sua inspiração para dar início a esse projeto, que tem pré-lançamento marcado para esta sexta-feira (21).

 A afroecologia, que é o título do projeto, é uma mistura da agroecologia com africanidades. A agroecologia nasceu com as mulheres: antigamente os homens iam caçar e as mulheres [ficavam] naquela função de preparar o alimento. Elas jogavam as sementes fora, e [as plantas] começavam a nascer. Daí nasceu a agroecologia”, explicou a autora.

O próprio Sítio Ágatha carrega sua história – nascido em 1997 de uma ocupação formada por cerca de 300 famílias da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e oficializado como posse legal em 2005, o espaço é ponto de resistência do povo negro, com trabalhos envolvendo a temática étnico-racial, questões de gênero e a agroecologia. Por esse seu valor, este local foi o escolhido para realizar os registros fotográficos.
 
Onde nasce a conjuntura entre terra, resistência negra e feminismo, principalmente no seu trabalho? Jô cita as mulheres que ela acompanhou no local durante estes dois anos de documentação fotográfica; uma avó, uma mãe e uma filha, e como com a doçura dos seus registros, as três mulheres cultivam para além das sementes da flora.

Eu descobri [o Sítio] procurando por mulheres que cuidavam da terra, cultivando através da agroecologia. Encontrei o Sítio Ágatha lá em 2018, e comecei a fazer registros, e dois anos depois surgiu a ideia de montar um livro. O termo “afroecologia” surgiu dessas mulheres, que são negras e tem toda uma ancestralidade”, afirmou.

O trabalho de Jô Rodrigues poderá ser adquirido no seu pré-lançamento na próxima sexta-feira (21), na unidade de Serviço de Tecnologia Alternativa (SERTA), localizado na Rodovia PE 50, no Km 14 do município de Goitá, a partir das 19h. Na mesma ocasião, será realizada a formatura do Curso Técnico em Agroecologia. O fotolivro será comercializado por 40 reais em seu pré-lançamento, e por 50 no lançamento. A proposta da autora é destinar metade dos valores arrecadados ao Sítio Ágatha.
 

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