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CÂNCER

Câncer de pulmão cresce em mulheres e não fumantes

Especialista aponta causas do aumento do câncer de pulmão em mulheres e não fumantes

Médico analisando exameMédico analisando exame - Foto: Canva

O câncer de pulmão cresceu no público feminino e não fumantes, de acordo com um novo estudo da agência especializada em câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

 

Segundo a pesquisa publicada na revista científica The Lancet Respiratory Medicine, o adenocarcinoma, tipo mais comum de câncer de pulmão entre os não fumantes, é responsável por 60% dos casos da doença em mulheres, em comparação a 45% nos homens. 

 

Nesta sexta-feira (28), Jota Batista, âncora da Rádio Folha 96,7 FM, conversou no Canal Saúde com o cirurgião torácico César Vasconcelos, que falou sobre o câncer de pulmão em mulheres e não fumantes.

 

Acompanhe a entrevista acessando os players abaixo. 

 

 

 

O Dr. César Vasconcelos explicou o motivo do câncer de pulmão está crescendo entre as mulheres e não fumantes 

 

“Isso está associado a diversos fatores. Dentre eles, os ambientais. A gente tem a poluição da cidade, a gente tem a predisposição a outras substâncias como o asbesto, radônio e a coisa principal de todas, envelhecimento da nossa população. Quanto mais velha a população, maior a chance de desenvolver câncer.”

 

Cirurgião torácico César Vasconcelos                                Cirurgião torácico César Vasconcelos/Foto: Divulgação

 

O cirurgião torácico também explicou a contradição do aumento de casos de câncer de pulmão e a diminuição do tabagismo

 

“Eu vou começar a fumar, mas a doença só vai aparecer muito tempo depois. Exemplo, quem são meus pacientes hoje? Paciente, a grande maioria entre 50, 80 e 85 anos. São pessoas que viveram a época que fumavam muito mais do que hoje. Então, tudo que a gente tem, é coleta do passado”

 

César Vasconcelos ainda falou sobre o câncer de pulmão em mulheres

 

“O que aconteceu foi que a mulher hoje, ela tende a trabalhar e estar no mesmo ambiente que os homens e se predispõe às mesmas exposições. Então, o que acontece é que cada vez mais ela tende a se aproximar ao que o homem tem de doença relacionado ao tabaco.”

 

O cirurgião ainda completou

 

“Já questões genéticas, o que a gente tem é um pouquinho diferente, que quando você pergunta, por que mulheres têm até mais do que homens? É porque quando você estuda só aquele grupo específico das pessoas que não fumam, 2/3 dos pacientes são mulheres que têm alguma alteração de perfil genético.”

 

Ao ser perguntado sobre os riscos do câncer de pulmão em fumantes passivos (aqueles que não fumam mas convivem com quem fuma) o cirurgião César Vasconcelos afirmou

 

“Ele não é maior do que quem fuma, mas ele é maior do que quem não fuma. Então, se o paciente está exposto realmente ao fumo passivo, ele tem um risco aumentado de ter câncer de pulmão. Relacionado a isso, é comum, às vezes, chegar um paciente que você operou o marido e depois opera a esposa.”

 

O cirurgião torácico ainda falou sobre a situação que os pacientes procuram o tratamento

 

“Infelizmente, no Brasil, a gente tem uma média que só 15% dos pacientes chegam com um estágio de doença inicial e todos os restantes 85% chegam com doença avançada. Infelizmente ainda é uma lástima, a gente chegar com esses pacientes com doença avançada e não oferecer uma cirurgia de curativa.”

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