Cardiologista Tomas Mesquita alerta para as doenças cardiovasculares nas mulheres
A ausência de atividade física e dieta inadequada elevam o risco cardiovascular
As doenças cardiovasculares em mulheres ultrapassaram as estatísticas de câncer de mama e de útero. A falta de prevenção e a demora em identificar o problema contribuem para o alto número. A ausência de atividade física e dieta inadequada também elevam o risco cardiovascular. Para falar sobre o assunto, Patrícia Breda conversou no Canal Saúde com o cardiologista, Tomas Mesquita, do Centro Diagnóstico Lucilo Ávila.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares respondem por um terço das mortes de mulheres no mundo, com 8,5 milhões de óbitos/ano, ou seja, mais de 23 mil por dia. Entre as brasileiras, principalmente acima dos 40 anos, as cardiopatias chegam a representar 30% das causas de morte, a maior taxa da América Latina.
O cardiologista Tomas Mesquita afirma que os cuidados que as mulheres devem tomar em relação ao coração são os mesmos a serem adotados pelos homens. “Os cuidados são os mesmos, sempre pautados em uma boa alimentação, atividade física e hábitos adequados, evitando o fumo e não abusar da ingestão de bebidas alcóolicas”, pontua.
A principal particularidade do coração feminino é que as artérias coronárias, responsáveis pela irrigação do músculo cardíaco (miocárdio), são mais finas, o que leva a uma diminuição do fluxo sanguíneo em relação ao coração masculino. “A doença que mais mata mulheres é o infarto, principalmente a partir dos 50 anos, com a chegada da menopausa e perda do hormônio estradiol”, explica o médico.
De acordo com Mesquita, a cardiomiopatia do estresse, conhecida como síndrome do coração partido (descoberta há mais de duas décadas no Japão), aparece com maior frequência nas mulheres. “De 85 a 90% dos casos da síndrome do coração partido acontecem em pacientes do sexo feminino”, afirma. A doença tem como característica uma disfunção transitória do coração (ventrículo esquerdo) causada por descarga excessiva de catecolaminas na corrente circulatória que pode ser desencadeada, geralmente, por estresse.
SETEMBRO VERMELHO - O mês em que é celebrado o Dia Mundial do Coração (29 de setembro) tem como objetivo alertar a população sobre as doenças cardiovasculares; as formas de prevenção; a importância da detecção precoce e da adesão ao tratamento. Principal causa de morte no mundo, as doenças cardiovasculares representam cerca de um terço dos óbitos registrados globalmente. Apenas no Brasil, entre 1º de janeiro e 10 de setembro deste ano, cerca de 280 mil pessoas morreram em decorrência desse tipo de doença.
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