Ceratocone: o que é e como tratar?
No Brasil, a doença atinge uma a cada duas mil pessoas e, por ano, afeta 150 mil brasileiros.
O ceratocone é uma doença ocular hereditária e progressiva que acomete principalmente a população mais jovem. Principal causa de transplante de córnea, o ceracotone provoca a deformação desse tecido, tornando-o mais fino e curvo, adquirindo a forma de um cone.
A doença deixa a visão distorcida e embaçada, com hipersensibilidade à luz, e pode progredir para a perda visual intensa, bem semelhante à cegueira.
Os sintomas costumam surgir ainda na infância, na adolescência ou no princípio da vida adulta, justamente na fase escolar, atrapalhando os estudos das crianças e jovens.
Segundo a oftalmologista Ana Catarina Delgado, além da questão da hereditariedade, o surgimento do ceratocone também depende de estímulos externos, como a coceira frequente dos olhos ou o ato de apertá-los. Ela diz que pessoas com problemas alérgicos são mais propensas a desenvolverem a doença por conta do hábito de coçar os olhos.
"A recomendação é evitar coçar os olhos, principalmente se há casos de familiares com a doença", orienta.
A doença ainda não tem cura definitiva e é importante fazer o acompanhamento regular para detectar a progressão. Na forma mais branda, o uso de óculos e lentes de contato gelatinosas ou rígidas podem auxiliar, além do implante de anel intraestromal.
No caso de progressão detectada, a médica diz que há a oportunidade de realizar o cross link da córnea, que tem a finalidade de "congelar" o processo de evolução do ceratocone.
Já na fase avançada, onde a córnea já se encontra muito irregular, extremamente protusa e, consequentemente bastante comprometida, o transplante de córnea é o tratamento indicado.
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