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Como conviver com uma criança com Autismo

O dia 2 de abril é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo

Foto: freepik.com

De acordo com a ONU, existem no mundo mais de 70 milhões de pessoas com autismo, na maioria das vezes afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem em sociedade. A incidência em meninos é maior: a cada 4 casos apenas um é do sexo feminino. E diante desses números, mesmo as famílias que não têm filhos autistas precisam aprender a conviver com os autistas pois eles estão cada vez mais presentes em todos os ambientes da sociedade. 

Hoje em dia é fato que tem havido cada vez mais diagnósticos de crianças com autismo. O autismo não é uma condição. De algum tempo pra cá mudou o padrão de diagnóstico, então antigamente achavam que o autista era só aquele caso mais grave, aquela criança que tinha todas as características do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Hoje, entende-se que a criança precisa crescer, desenvolver e a partir daí preencher alguns critérios. Um bom profissional consegue já identificar uma criança autista com 1 ano e meio de vida.

Não há cura para o autismo, mas há tratamento pra que esta criança se desenvolva e possa conviver cada vez melhor em sociedade, trabalhando suas dificuldades seja de fala, interação, etc. As terapias são diversas, temos pscicomotricidade, concentração, atenção, lateralidade da criança, equilíbrio, atividades dinâmicas e humanizadas. A intervenção tem que ser individualizada e o profissional precisa respeitar o limite de cada um. Pra você ter uma ideia, mesmo dentro de cada grupo (leve, moderado e grave) existem especificidades, então é algo muito complexo. 

Para falar mais sobre este tema, já que neste 02 de abril é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, Jota Batista, âncora da Rádio Folha 96,7 FM, conversou no Canal Saúde com o neurocientista e sócio fundador da Somar Special Care, Victor Eustáquio, que trabalha há 24 anos com autismo.

 

Neurocientista Victor Eustáquio. Foto: Divulgação

 

O especialista explicou o porquê do aumento de casos diagnosticados de autismo nos últimos anos 

 

“Realmente todo mundo se pergunta. Porque se tem tantos autistas, mas aonde que eles estavam antes? Na verdade, sempre existiu o que mudou foi exatamente a condição diagnóstica, então antigamente quando falavam em autismo, o autismo era só aquele mais grave que naturalmente demostrava suas características. Lembrando que o diagnóstico de autismo ele é clínico, ele é comportamental, não sai em exames de laboratório, então o médico neurologista ou psiquiatra infantil, ele precisa observar o comportamento e claro esses comportamentos eles têm que se enquadrar dentro do critério observado que é comportamentos repetitivos, atraso na comunicação e interesse restritos. Então como a ciência mudou muito, hoje sabemos que não se tem somente autistas graves.”

 

O neurocientista fala sobre os níveis de autismo 

 

“Em geral existem três níveis, o nível três é um nível de suporte mais grave, naturalmente vai precisar de um suporte para o resto da vida. Que é justamente o suporte familiar, um suporte acadêmico educacional, um suporte social e a grande maioria têm dificuldades na oralidade pois eles não desenvolveram a fala. Vamos ter o suporte nível dois que ele também tem naturalmente algumas características do suporte número três, mas já tem alguma Independência nas atividades de vida diária, nas atividades de vidas práticas, já tem ali e já consegue ser independente pra se alimentar, para tomar um banho, atividades do cotidiano. O suporte nível 1 em geral, não tem atraso na comunicação expressiva e verbal, ele quase que não precisa de apoio teoricamente, ele consegue produzir, ele consegue trabalhar, mas eu deixo bem claro que indiferente do grau de suporte o nível 3, 2, 1, todos precisam de uma terapia específica.”

 

 

Ficou interessado? Ouça o podcast completo acessando o player abaixo.
 

 

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