Conheça o Método Fumagalli de Preventivo Humanizado
O exame preventivo feminino é a forma mais eficaz de detectar doenças como câncer de colo uterino, HPV, ou outras transmitidas por microrganismos
O Método Fumagalli de Preventivo Humanizado foi criado pela catarinense Letícia Fumagalli, formada em Enfermagem pela Universidade do Oeste de Santa Catarina. Consiste na humanização, acolhimento e empatia do profissional para com a mulher. O método foi criado após a profissional perceber que ao realizar os exames citopatológicos do colo uterino, a principal reclamação das mulheres era a falta de acolhimento: desde uma simples conversa e trato dispensado à paciente, até a informação de como é feito o exame e o material usado na coleta.
O método Fumagalli foi desenvolvido para que as mulheres sejam atendidas de forma integral, digna e humanística, para isso a enfermeira usa materiais de demonstração, como seios e vulvas artificiais para explicar como funciona o exame para as pacientes, músicas para que elas relaxem, vestimentas com frases motivacionais, aromatizantes e o bom e velho sorriso no rosto.
Segundo Letícia, desde 2014 a procura das mulheres pelos exames citopatológicos do colo uterino vinha caindo consideravelmente e a queda tinha reflexo nacional. A gentileza do profissional até a ambientação da sala (consultório) onde é feita a coleta fazem parte do método, que está sendo disseminado pelo Brasil inteiro.
Para falar sobre o assunto com mais detalhes, Jota Batista, âncora da Rádio Folha 96,7 FM, conversou no Canal Saúde com a enfermeira e criadora do método, Letícia Fumagalli que falou com mais detalhes como criou seu método.
“Eu fiz um método baseado nas queixas das mulheres, conforme elas relatam suas queixas, eu já ia criando empiricamente a ferramenta para colocar a solução. 50% da solução dos problemas vem da gente saber que o problema existe. Então se as mulheres não são ouvidas nas suas queixas, obviamente que ninguém teria como resolver isso a não ser alguém que quisesse de fato, e quando eu percebi que isso estava acontecendo, eu comecei a buscar cursos para me aperfeiçoar, e pasmem eu não encontrei cursos para este fim. Então eu busquei o mestrado com as práticas que eu já estava fazendo empiricamente para verificar cientificamente que elas funcionavam.”, detalhou Fumagalli
A enfermeira falou de todos os problemas que as mulheres enfrentam nos exames preventivos
“As experiências negativas que elas tiveram na vida delas em preventivos fizeram com que elas desistissem de fazer, porque acabavam se sentindo violentadas, uma violência ginecológica que não é a mesma coisa que violência sexual. Então a violência ginecológica é toda vez que não é respeitado o corpo de uma mulher, ou seja, não é perguntado para ela se ela está autorizando o toque, o tipo de exame e como vai ser feito com ela, que ela tenha local de fala. A mulher realmente não é ouvida, e muitas queixas que elas falavam que tinham simplesmente os profissionais respondiam ser tudo normal e a vida dela tinha que seguir mesmo com dor. Esse sofrimento fez com que as mulheres então afastassem completamente do sistema de saúde fazendo com que muitas viessem buscar o preventivo apenas quando tinham algum sintoma de alguma doença”, explicou a especialista.
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