Doenças negligenciadas: Fórum nacional debate desafios no enfrentamento
Evento reúne especialistas para discutir acesso à prevenção, diagnóstico e tratamento de enfermidades como doença de Chagas, hanseníase, leishmanioses e hepatites virais.
Nos dias 14 e 21 de setembro, acontece o 9º Fórum Social Brasileiro de Enfrentamento das Doenças Infecciosas e Negligenciadas (Fórum DTNs), com o tema “9 Anos do Fórum DTNs: até quando sem respostas?”
O encontro reúne especialistas e lideranças de movimentos sociais, para debater soluções e políticas públicas voltadas às pessoas acometidas por doenças consideradas invisibilizadas, incluindo doença de Chagas, hanseníase, leishmanioses, malária, oncocercose, esquistossomose, hepatites virais, entre outras.
Este ano, o Fórum DTNs será dividido em duas etapas. A primeira ocorre no dia 14 de setembro em formato virtual, por meio da plataforma Zoom, proporcionando uma oportunidade de participação online para pessoas de diferentes regiões.
Já a segunda etapa acontece presencialmente no dia 21 de setembro, no Teatro da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo.
Desde 2016, o Fórum DTNs tem se consolidado como um espaço de diálogo e representação para a luta contra essas enfermidades, que majoritariamente afetam populações em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
O evento acontece em parceria com o 59º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Medtrop 2024) e será transmitido ao vivo pelo canal do YouTube da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT).
Participam do debate especialistas do Ministério da Saúde, Fiocruz, Universidade Federal do Ceará, Fundação NHR Brasil, CUIDA Chagas e IntegraChagas Brasil, além de pessoas acometidas representantes de associações e movimentos sediados em diferentes regiões do país.
Estima-se que mais de 1,7 bilhão de pessoas no mundo sejam afetadas, por ao, uma das 21 doenças tropicais negligenciadas (DTNs) listadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Embora essas doenças causem graves consequências para a saúde, como deficiências permanentes e mortes, elas continuam a receber investimentos insuficientes para prevenção, diagnóstico e tratamento.
A persistência dessas enfermidades está diretamente ligada a áreas de alta vulnerabilidade social e
econômica, onde as populações enfrentam barreiras no acesso a cuidados adequados de saúde e a políticas públicas eficazes.
Segundo dados recentes do Ministério da Saúde, entre 2016 e 2020, foram registrados 583.960 novos casos de DTNs no país, com destaque para as regiões Norte e Nordeste, que continuam apresentando as maiores taxas de incidência. A hanseníase, por exemplo, teve 126.726 novos casos detectados nesse período.
Já a doença de Chagas foi a principal causa de morte entre as DTNs, somando 31.342 óbitos no quinquênio. Estima-se que 28,9 milhões de brasileiros estiveram sob risco de contrair DTNs neste período, aproximadamente 14% da população do país.
O epidemiologista Alexandre Menezes, diretor da Fundação NHR Brasil e um dos organizadores do evento diz que falta investimento em pesquisas
“Enquanto as políticas públicas e os investimentos em pesquisa não avançam de maneira significativa, as comunidades afetadas seguem invisíveis. O Fórum é uma plataforma para ampliar as vozes dessas pessoas que, apesar de afetadas, muitas vezes são esquecidas no cenário nacional da saúde”
Serviço:
9º Fórum Social Brasileiro de Enfrentamento das Doenças Infecciosas e Negligenciadas (Fórum DTNs)
Etapa Virtual: 14 de setembro de 2024, das 8h30 às 16h, via plataforma Zoom.
Etapa Presencial: 21 de setembro de 2024, das 8h30 às 17h, no Teatro da Faculdade de Medicina da USP (Av. Dr. Arnaldo, 455 - Cerqueira César, São Paulo-SP)
Transmissão ao vivo: Canal da SBMT no YouTube (youtube.com/sbmttb)
Confira a programação em: https://medtrop2024.com.br/site/medtrop2024/9- forum-de-doencas-negligenciadas