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ENTREVISTA

Lia de Itamaracá ocupará o Teatro do Parque com shows dos dois últimos discos e exposição; OUÇA

Projeto Ciranda no Parque vai reunir as apresentações dos discos Ciranda de Ritmos e Ciranda Sem Fim, além de peças, fotografias e figurino

Lia de ItamaracáLia de Itamaracá - Foto: Ytallo Barreto

 

A cirandeira mais famosa do Brasil, Lia de Itamaracá, vai ocupar o Teatro do Parque, no Recife, com o projeto Ciranda no Parque, na próxima quinta-feira (30). O projeto cultural vai concentrar os shows das duas últimas turnês da artista: os álbuns “Ciranda de Ritmos” e “Ciranda Sem Fim”. Ela foi a entrevistada desta quarta-feira (29) do Programa Folha na Tarde, apresentado por Patrícia Breda, na Rádio Folha FM 96,7 FM.

Na noite da ocupação, Lia de Itamaracá recebe a cantora Daúde, com quem tem firmado uma parceria em apresentações pelo Brasil. O parceiro e agitador cultural Roger de Renor também estará no Ciranda no Parque, além do Dj Dolores. A direção de arte do projeto é assinada por Lia Letícia com produção de Beto Heese Mauro Lira. As apresentações terão início às 19h. Ingressos à venda no Sympla.

Além da voz marcante da música e da ciranda de Lia de Itamaracá, o teatro será ocupado por uma mostra de peças, figurinos e fotografias em referência à exposição da artista no Itaú Cultural, em São Paulo, inaugurada no mês de abril. Enquanto os shows acontecem, a VJ Biarritzz irá projetar a exposição do ItaúCultural num telão dentro do Teatro do Parque. É uma forma de conduzir quem está no show até a mostra.

 
Shows Ciranda de Ritmos e Ciranda Sem Fim

Ciranda de Ritmos

No show Ciranda de Ritmos, nome do álbum lançado em 2010, Lia abre, em seu palco, espaço para o coco de roda e o maracatu. Diferente dos trabalhos lançados anteriormente, como “Rainha da Ciranda” (1977) e “Eu sou Lia” (2000), a artista incorporou ao repertório as canções do coco de roda, acompanhadas pelas vozes de Severina e Dulce Baracho, filhas do conhecido cirandeiro Antônio Baracho, um dos mais importantes nomes da cultura de Pernambuco. O maracatu também ganha força na apresentação com músicas tradicionais das agremiações do estado, como em Verde Mar de Navegar, de Capiba. O show “Ciranda de Ritmos” esteve em todos os estados brasileiros e também no exterior, encantando multidões com a fusão dos sons. E, apesar de ter lançado o novo trabalho Ciranda Sem Fim, em novembro de 2019, Lia continua carregando traços da turnê anterior às suas apresentações. Nesta apresentação, Lia passeia pela sonoridade pernambucana com canções suas, de outros compositores e de domínio público. Entre as de autoria própria, estão “Moça namoradeira” e “Santa Tereza”. Carlos Zens, produtor do CD “Ciranda de ritmos”, comparece com “Cirandando pela praia”. Há ainda composições de Bezerra do Sax, Baracho e Capiba, entre outros. No final do set, a rainha da ciranda interpreta também "Dança do papangu" de Chico César, de Dorival Caymmi ela canta “Suíte do pescador” e, ainda, "Cirandar", de Martinho da Vila. O show já passou por quase todo o Brasil e por três vezes na Europa.
                                                          
Ciranda Sem Fim        
                                          
Quase dez anos após o lançamento do álbum Ciranda de Ritmos, a cirandeira Lia de Itamaracá lançou, em novembro, o disco Ciranda Sem Fim. O trabalho carrega o selo do edital Natura Musical através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e foi produzido pelo DJ Dolores. O álbum chegou às plataformas de streaming com 11 faixas. No material, os admiradores da voz marcante da cirandeira mais famosa do Brasil, podem conhecer uma artista que vai além de uma brincante de ciranda. A proposta do DJ Dolores não é desconfigurar a referência que Lia carrega enquanto referência da Ciranda, mas oferecer uma fusão entre novos e antigos sons. O nome do álbum também batiza uma das músicas integrantes do disco. “Ciranda Sem Fim” para Lia foi um presente dado à artista pelo músico carioca Lúcio Sanfilippo durante um encontro entre os dois no Rio de Janeiro, em 1999. A faixa recorda o trabalho como merendeira, ofício desempenhado pela cantora durante 30 anos em uma escola estadual da Ilha de Itamaracá. Lia acompanhou a escolha do repertório, e participou da montagem das faixas desde a composição da ideia.
 

“Estou encantada com o resultado do trabalho, inclusive com as músicas românticas que sempre gostei de ouvir e agora pude gravar”, conta Lia.


Entre as letras mais intimistas escolhidas por Lia está O Relógio. A canção original El Reloj fez sucesso foi composta nos anos 50 pelo cantor mexicano Roberto Cantoral. No Brasil, a música foi marcada pela voz de Altemar Dutra. O bolero está entre os 10 mais famosos e executados no mundo. Já a faixa Apenas um trago (Bom dia, meu amor) foi sucesso nos anos 70, composta pelo mineiro e cantor de brega José Ribeiro.   
                                                      
SERVIÇO:

CIRANDA NO PARQUE

Abertura: 30 de junho de 2022 - A partir das 19h
Ingressos: R$ 60, R$ 80 e R$ 100 reais.
Vendas no Sympla: https://www.sympla.com.br/lia-de-itamaraca---ciranda-no-parque__1618019
 

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